O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, deve ser ouvido pelas autoridades nesta semana. O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro chegou ao Brasil no último sábado (14) e está preso no 4º Batalhão da Policia Militar do Distrito Federal.
Torres é investigado por omissão nos atos terroristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro. Ele teria sido avisado dos atos com dois dias de antecedência pela área de inteligência da pasta.
Além da suposta omissão, Anderson Torres é investigado também por conta de uma minuta golpista que visava alterar o resultado das eleições presidenciais. O documento foi encontrado na casa do ex-secretário durante uma operação de busca e apreensão cumprida pela Polícia Federal na última quinta (12).
O documento falava em decreto de “estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral” para “reestabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial". O ato é inconstitucional.
O ex-ministro da Justiça teve a prisão preventiva decretada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, no último dia 10. De férias nos Estados Unidos, Torres comprou a passagem de volta ao Brasil sem utilizar o sobrenome e chegou ao país no sábado (14) sem o celular pessoal.
Ao chegar ao Brasil, Anderson Torres passou por audiência de custódia e negou as acusações de possível omissão nos ataques em Brasília e tentativa de golpe. Torres afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro não teve participação na minuta golpista e que o documento seria destruído porque considerou o conteúdo irrelevante.
Bolsonaro, que também está nos Estados Unidos, foi incluído no inquérito que investiga os ataques antidemocráticos em Brasília. O pedido, feito pela Procuradoria-Geral da União, foi aceito pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Será investigado se o ex-presidente incitou os atos golpistas.