El Niño vai ficar mais forte nos próximos meses, aponta InMet

Consequências do fenômeno El Niño devem ser ainda mais intensas até o fim do ano

Da Redação

No mês de dezembro, as chuvas ainda devem ficar acima da média na maior parte do Sul
Fernando Dias/Seagri

O fenômeno El Niño deve ficar mais intenso nos próximos meses no Brasil, anunciou o Instituto Nacional de Meteorologia (InMet). O instituto realiza o monitoramento, previsões e impactos do fenômeno no Brasil e informa que, desde junho desde ano, as temperaturas da superfície do mar no Brasil mostram o padrão típico do El Niño, que formam uma faixa de águas quentes em grande parte do Oceano Pacífico Equatorial. Na costa da América do Sul, essa elevação é de 3ºC.

De acordo com o Inmet, o El Niño está provocando chuvas intensas na região Sul, onde durante o mês de outubro, foram superiores a 300 mm entre o Rio Grande do Sul e praticamente todo o estado de Santa Catarina. E, nos primeiros vinte dias de novembro, os maiores valores acumulados de chuva também foram registrados nesta região. 

Mas na região norte do país, o fenômeno El Niño tem causado seca. Em outubro, foram observados déficit de chuvas em toda a região, enquanto em novembro, as vazões apresentaram curtos episódios de elevação dos rios tributários do rio Amazonas, ainda em situação de seca. Na região Norte, os setores de navegação, agricultura e geração de energia hidrelétrica estão sendo impactados.

Alimentos mais caros

O fenômeno que está provocando excesso de chuvas na região sul coincide com o início da safra de grãos 2023/2024 e, por isso, consultorias apontam que a produção pode ser prejudicada, já que em algumas regiões, áreas semeadas foram alagadas e a soja precisará ser replantada, elevando assim os custos de produção. E, com a perspectiva de que o El Niño tenha influência prolongada, com previsão de manutenção do fenômeno até meados do outono de 2024, as demais safras também sejam impactadas. 

Além de gerar alterações na janela de plantio (melhor período para cada cultura ser semeada), os efeitos do El Niño podem aumentar o custo de produção, reduzir a oferta de grãos e assim, tornar os alimentos mais caros. As carnes - de boi, frango ou de suínos - também podem ficar mais caras, já que dependem de rações feitas com grãos. 

Previsão de intensidade

Segundo o InMet, nos próximos meses, os efeitos do el Niño continuarão atuando sobre o Brasil, e no período entre 15 de novembro e 14 de dezembro, partes da região Sul e Sudeste do país terão condições úmidas acima do normal, incluindo a porção norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e as áreas norte do Pará e Amapá.

Enquanto isso, as demais regiões do país sentirão a seca anormal, com destaque para a Amazônia, principalmente a porção central e sul.

A influência do El Niño e chuvas intensas na região Sul devem aumentar os níveis de água no solo, podendo ultrapassar 90%. Nas demais áreas, a expectativa é de baixos níveis de água no solo, devido à redução das chuvas no Nordeste e Norte. Essa condição pode agravar o déficit hídrico.

Em regiões como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, norte de Minas Gerais e sudoeste de São Paulo, a irregularidade das chuvas manterá os níveis de água mais baixos.

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