Clima: fenômeno La Niña volta e pode impactar o agro brasileiro em 2024

A previsão indica que La Niña deve voltar a influenciar o clima no Brasil a partir de junho deste ano

Viviane Taguchi

La Niña deve voltar em junho e seca pode prejudicar lavouras
Wenderson Araujo/Trilux

O National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), autoridade climática global, publicou projeções indicando que o fenômeno climático La Niña terá início em junho de 2024. Essa previsão segue o atual período de pico do El Niño, que deverá terminar em março, seguido de um período de neutralidade climática em abril.

O La Niña é conhecido pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico na região equatorial, um padrão oposto ao observado durante o El Niño. As consequências desse fenômeno para o Brasil são significativas, com previsões de chuvas mais intensas nas regiões Norte e Nordeste, enquanto as regiões Centro-Sul, especialmente o Sul, poderão enfrentar condições mais secas.

As mudanças climáticas podem ter impactos graves na agricultura brasileira. As regiões do sul, que já são propensas a altas temperaturas, podem enfrentar danos em suas plantações. "As previsões do La Niña destacam a necessidade de estratégias adaptativas no agronegócio. A resiliência e a inovação serão fundamentais para minimizar os efeitos negativos nas regiões mais afetadas", diz Romário Alves, CEO da Sonhagro, empresa especializada em crédito rural.

Além dos desafios diretos enfrentados pelos agricultores, também há preocupações em cadeia produtiva. A expectativa de menor produtividade das safras pode afetar o setor de insumos agrícolas, com uma provável queda nas receitas devido à demanda reduzida dos produtores. Isso, por sua vez, pode impactar o mercado de commodities, causando reflexos nos custos para frigoríficos e na indústria alimentícia.

Muita chuva na região Sudeste

Nesta sexta-feira (19), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para o aumento da convergência de umidade na camada média/baixa da atmosfera sobre o leste da Região Sudeste devido à intensificação de uma área de baixa pressão, que vai dar origem a uma frente fria sobre o Oceano Atlântico.

Este padrão atmosférico, aliado ao comportamento dos ventos em altos níveis e às temperaturas elevadas na região, vai potencializar a instabilidade, entre sábado (20) e domingo (21), sobre o leste de São Paulo, sul, Zona da Mata e centro (incluindo a capital e Região Metropolitana) de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

No sábado, a previsão do Inmet indica que a área mais afetada pelos maiores acumulados diários de chuva deve ser a faixa leste de São Paulo (incluindo a capital e Região Metropolitana) e áreas do litoral. Já no domingo, as chuvas mais volumosas vão ocorrer entre o litoral norte paulista e áreas do sul, leste (incluindo a capital e Região Metropolitana), serra do Rio de Janeiro e na Zona da Mata de Minas Gerais, onde pode chover entre 70 mm e 90 mm em alguns pontos.

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.