Uma pesquisa realizada pela Scanntech, empresa de inteligência de dados para o setor varejista, apontou que em 2023, o consumo de vinhos caiu no Brasil e a culpa, foi do calor registrado nos meses do inverno, principalmente no mês de agosto.
O estudo aponta que a queda no consumo de vinhos no Brasil, entre janeiro e agosto de 2023 foi de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Só em agosto, as vendas foram 7,7% menores do que em agosto de 2022. De acordo com a empresa, o menor consumo de vinho ocorreu devido à média das temperaturas máximas registradas no mês, de 25,9ºC neste ano – 1,4ºC acima da média histórica estabelecida pelo Instituto Nacional de Meteorologia (InMet).
O vinho tinto é o mais vendido no setor varejista brasileiro, com 83,3% das vendas unitárias. O segundo lugar é do vinho branco (8,5%), seguido por espumantes (5,2%) e rosé (3,0%). A pesquisa é realizada em 40 mil pontos de venda (PDV) e mostra que o hábito do consumidor (na categoria de vinhos) apresenta dois picos de vendas durante o ano, um deles no período de inverno onde há um aumento no consumo de vinhos tintos e outro no final do ano, quando vinhos refrescantes como brancos, rosés, espumantes e similares aumentam sua saída em virtude do clima (verão).
Para Priscila Ariani, diretora de Marketing Scanntech Brasil, o impacto na venda de bebidas tradicionais do inverno vai além do vinho. Conhaque e uísque tiveram quedas de até -21,9% em unidades vendidas enquanto cerveja teve aumento de +13,4% no mês de setembro, influenciadas pelas altas temperaturas. Em outras categorias, o impacto também pode ser visto, como o sorvete, que dentro da categoria de perecíveis registrou venda de +66,7%”, destaca.
No Brasil, a pesquisa aponta também que as regiões Sul e o estado de São Paulo representam mais de 60% do faturamento das vendas de vinho no Brasil. Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro somam 21%. Por captar mais de e mais de 9 bilhões de tickets por ano, relativos a um faturamento de mais de R$ 680 bilhões, os dados da Scanntech destacam que mais de 60% dos vinhos comercializados nos supermercados ocorrem em grandes varejistas. Mercados intermediários ficam em segundo com cerca de 22% ficando à frente do atacarejo que soma pouco mais de 8%.