O mundo tem fome e o Brasil exporta alimentos

O mundo tem fome e conta com a produção de alimentos da agropecuária brasileira. Em 2021, o Brasil exportou um total de 280,8 bilhões de dólares em produtos agrícolas, minerais e industriais. Os dez principais produtos exportados representaram 153,6 bilhões de dólares ou 55% do valor total. Dos cinco principais produtos exportados pelo Brasil em 2021, três são agrícolas: soja, açúcar e carne bovina. Os outros dois são de origem mineral: ferro, o primeiro, e petróleo, o terceiro, nas lideranças das exportações. A exportação de soja passou de 28,6 bilhões de dólares em 2020 para 38,5 bilhões em 2021. A exportação do chamado resíduo de soja, na realidade o farelo resultante do processamento para produção do óleo, atingiu 5.9 bilhões de dólares em 2021, contra 4,7 em 2020. Foi o sétimo produto em exportação, na frente do café com 5,8 bilhões de dólares. O chamado complexo da soja representa hoje a principal exportação do país, considerados juntos grãos e farelo. Foram 44,4 bilhões de dólares em 2021 contra 40,7 do minério de ferro. O complexo da soja alcança 29% do valor total dos dez principais itens das exportações. As regiões situadas acima do paralelo 16° (Norte, Centro Oeste, Matopiba e o norte de Minas Gerais) produziram 141,9 milhões de toneladas de milho e soja (64% do total nacional). Desse total foram exportados 38,9 milhões de toneladas (31,1%). O resto, quase 70%, ficou no mercado interno, destinado a alimentação humana e animal, a diversos usos industriais e energéticos e também armazenado e negociado como excedente. Como os grãos chegam a esses portos e a que custo? Um exemplo: uma carga de soja ou milho produzida em Sorriso no Mato Grosso segue de caminhão pela BR 163, cujo asfaltamento foi concluído há cerca de dois anos, até Miritituba/Santarém no Pará ao custo médio de 59 dólares por tonelada. De lá segue de barcaça até Barcarena ao custo médio de 18 dólares por tonelada. De Barcarena para a China segue de navio, a um custo de 79 dólares. O custo total do transporte dessa soja ou milho entregue na China é da ordem de 149 dólares por tonelada. O maior custo logístico no Brasil é o de transportar grãos a serem exportados por caminhão. O menor são hidrovias e ferrovias. A construção da ferrovia, conhecida como Ferrogrão, para levar a soja de Sinop até Miritituba, com todas suas licenças, após anos de estudo e proposta por investimento privado, teve sua implantação suspensa há mais de um ano por uma decisão monocrática no STF. E a Ferrogrão segue sem data para ser apreciada no plenário. É um enorme prejuízo ambiental e econômico ao país, além da insegurança jurídica e do péssimo exemplo para qualquer investidor brasileiro ou estrangeiro em projetos de longo prazo no Brasil. O gigante brasileiro da competitiva produção agropecuária é um anão quando o assunto é logística, principalmente no Norte e Nordeste. A título de exemplo, a soja argentina produzida na região de Córdoba, segue de trem até Rosário ao custo de 19 dólares por tonelada

O mundo tem fome e o Brasil exporta alimentos

O mundo tem fome e conta com a produção de alimentos da agropecuária brasileira. Em 2021, o Brasil exportou um total de 280,8 bilhões de dólares em produtos agrícolas, minerais e industriais. Os dez principais produtos exportados representaram 153,6 bilhões de dólares ou 55% do valor total. Dos cinco principais produtos exportados pelo Brasil em 2021, três são agrícolas: soja, açúcar e carne bovina. Os outros dois são de origem mineral: ferro, o primeiro, e petróleo, o terceiro, nas lideranças das exportações. A exportação de soja passou de 28,6 bilhões de dólares em 2020 para 38,5 bilhões em 2021. A exportação do chamado resíduo de soja, na realidade o farelo resultante do processamento para produção do óleo, atingiu 5.9 bilhões de dólares em 2021, contra 4,7 em 2020. Foi o sétimo produto em exportação, na frente do café com 5,8 bilhões de dólares. O chamado complexo da soja representa hoje a principal exportação do país, considerados juntos grãos e farelo. Foram 44,4 bilhões de dólares em 2021 contra 40,7 do minério de ferro. O complexo da soja alcança 29% do valor total dos dez principais itens das exportações. As regiões situadas acima do paralelo 16° (Norte, Centro Oeste, Matopiba e o norte de Minas Gerais) produziram 141,9 milhões de toneladas de milho e soja (64% do total nacional). Desse total foram exportados 38,9 milhões de toneladas (31,1%). O resto, quase 70%, ficou no mercado interno, destinado a alimentação humana e animal, a diversos usos industriais e energéticos e também armazenado e negociado como excedente. Como os grãos chegam a esses portos e a que custo? Um exemplo: uma carga de soja ou milho produzida em Sorriso no Mato Grosso segue de caminhão pela BR 163, cujo asfaltamento foi concluído há cerca de dois anos, até Miritituba/Santarém no Pará ao custo médio de 59 dólares por tonelada. De lá segue de barcaça até Barcarena ao custo médio de 18 dólares por tonelada. De Barcarena para a China segue de navio, a um custo de 79 dólares. O custo total do transporte dessa soja ou milho entregue na China é da ordem de 149 dólares por tonelada. O maior custo logístico no Brasil é o de transportar grãos a serem exportados por caminhão. O menor são hidrovias e ferrovias. A construção da ferrovia, conhecida como Ferrogrão, para levar a soja de Sinop até Miritituba, com todas suas licenças, após anos de estudo e proposta por investimento privado, teve sua implantação suspensa há mais de um ano por uma decisão monocrática no STF. E a Ferrogrão segue sem data para ser apreciada no plenário. É um enorme prejuízo ambiental e econômico ao país, além da insegurança jurídica e do péssimo exemplo para qualquer investidor brasileiro ou estrangeiro em projetos de longo prazo no Brasil. O gigante brasileiro da competitiva produção agropecuária é um anão quando o assunto é logística, principalmente no Norte e Nordeste. A título de exemplo, a soja argentina produzida na região de Córdoba, segue de trem até Rosário ao custo de 19 dólares por tonelada

Band Jornalismo

Carregar mais