Médica explica riscos de gravidez aos 10 anos: "Grande perigo é a morte materna"

Menina está internada no Centro integrado de Saúde Amaury de Medeiros após realizar o aborto

da redação, com Melhor da Tarde

Médica explica os riscos da gravidez precoce
Reprodução

O caso da menina de 10 anos, do Espírito Santo, que engravidou após ser estuprada pelo tio se tornou público nos últimos dias. Ela teve a gravidez interrompida com auxílio da equipe médica Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), ligado à UPE (Universidade de Pernambuco), no Recife. Antes do procedimento, algumas pessoas tentaram invadir o hospital para impedir o procedimento. Nesta segunda-feira, 17, a ginecologista e obstetra Daniela Closer conversou com Cátia Fonseca no Melhor da Tarde e falou sobre os riscos de uma gestação precoce.

“Os órgãos sexuais dessa criança são imaturos. Ou seja, ainda não estão desenvolvidos adequadamente para receber uma gestação. O grande perigo disso é a morte materna ou, em alguns casos esse útero leva numa atonia uterina com consequente extrecomia, que é a perda do útero, não podendo gestar novamente”, explicou.

De acordo com ela, dados no Ministério da Saúde de 2015 mostraram que entre crianças de 10 a 14 anos foram 66 óbitos para 100 mil nascidas vivas. “É um número considerado alto."

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco informou que seguiu a legislação vigente em relação à interrupção da gravidez (quando não há outro meio de salvar a vida da mulher,  quando é resultado de estupro e nos diagnósticos de anencefalia), além dos protocolos do Ministério da Saúde para a realização do procedimento, oferecendo à vítima assistência emergencial, integral e multidisciplinar.

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