Projeto Unidos pela Vacina HPV e Prevenção do Câncer realiza oficinas no Recife

Iniciativa é uma parceria do Instituto Vencer o Câncer com o Grupo Mulheres do Brasil; a cada 90 minutos, uma mulher morre por câncer de colo de útero no país

Instituto Vencer o Câncer

Oficina do projeto Unidos pela Vacina HPV e Prevenção do Câncer
Instituto Vencer o Câncer

O Instituto Vencer o Câncer com o Grupo Mulheres do Brasil se uniram pela vacina contra do HPV e a prevenção do câncer. Entre os dias 21 e 23 de fevereiro, as duas organizações estiveram em Recife (PE) para as primeiras oficinas do projeto que tem como fundamento a educação em saúde. A cidade foi estrategicamente selecionada em função das atividades do Programa Útero é Vida, do Ministério da Saúde.

A cada 90 minutos uma mulher morre por câncer de colo de útero no Brasil. Mas uma informação importante pode salvar vidas: esse tipo de tumor pode ser eliminado, ou seja, a incidência chegar a um nível tão baixo que caracterize a erradicação. 

“É diferente de outros cânceres, que não conseguimos erradicar. Em muitos casos podemos diagnosticar precocemente, tratar na fase inicial, mas eliminar um tipo de câncer é um sinal de avanço muito grande”, salienta Ailma Fabiani de Andrade Larre, cirurgiã e ginecologista especializada em câncer ginecológico, que atua na BP – A Beneficência Portuguesa, no Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) e faz parte do comitê do projeto Unidos pela Vacina HPV e Prevenção do Câncer.

Na capital pernambucana, foram realizadas reuniões com pais, professores de escolas públicas, adolescentes e lideranças comunitárias para levantar informações sobre a percepção desses grupos sobre o tema e a melhor forma de abordá-lo com a população.

Fabiana Peroni, diretora de projetos e parcerias do Grupo Mulheres do Brasil, acrescenta que há um trabalho também fortalecendo o sistema de saúde, para que a população encontre os serviços quando for realizar exames ou vacinação. 

“Trabalhamos também junto com o poder público para eliminar barreiras de acesso. Sabemos que muitas mulheres não fazem Papanicolau porque trabalham 40 horas por semana, nos horários em que funcionam as unidades de saúde. Precisamos encontrar alternativas para trazer essa mulher”.

A partir dessa primeira intervenção, será construído um material específico para a capacitação de multiplicadores locais sobre o tema vacina contra HPV e prevenção do câncer, bem como sobre o rastreamento do câncer de colo de útero.

Esse será o piloto do projeto, cujo objetivo é construir uma trilha de aprendizagem que será utilizada em outras regiões do país. A próxima cidade será São Paulo, onde o projeto vai contemplar um maior número de escolas e comunidades atingidas, além de agentes comunitários de saúde.

Câncer e vacinação 

O câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente de alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). Mais de 17 mil novos casos da doença devem ser registrados neste ano aqui no país. Mais de 6,6 mil brasileiras morreram por causa da doença, em 2021.

Muitas vidas poderiam ser poupadas com uma simples vacina, mas muitas pessoas não sabem disso. Os índices de imunização contra o HPV seguem abaixo da meta no Brasil.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina contra o HPV gratuita, em duas doses, para meninas e meninos de 9 a 14 anos; homens e mulheres transplantados; pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia, pessoas vivendo com HIV/Aids e vítimas de violência sexual.

Além do câncer de colo de útero, a vacina contra HPV previne outros tipos de câncer, como o de pênis, vulva, orofaringe e canal anal.

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