Câncer de próstata é mais frequente e perigoso em negros?

Incidência da doença nesta população é de duas a três vezes maior quando comparada com a de homens brancos

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Novembro Azul alerta para o câncer de próstata
Marijana, por Pixabay

Neste Dia Nacional da Consciência Negra (20/11), um alerta importante para a saúde do homem: a campanha Novembro Azul, voltada para a conscientização sobre o câncer de próstata, traz uma mensagem especial de cuidado, já que a doença se desenvolve com maior frequência e gravidade nesta população.

As razões ainda não estão totalmente claras, mas homens negros apresentam risco de duas a três vezes maior que o restante da população masculina para este tipo de tumor, bem como o dobro da probabilidade de morrer por conta da doença. 

“Pessoas negras geralmente apresentam mais polimorfismos. Isso confere, potencialmente, casos de câncer de próstata mais agressivos, inclusive na evolução da doença”, explica o oncologista Fernando Maluf, cofundador do Instituto Vencer o Câncer.

Por isso, a indicação para o rastreamento do tumor de próstata é diferente para essa população. Enquanto a recomendação geral é realizar exames de PSA e toque retal a partir dos 50 anos ou segundo orientação médica, para negros – e também com histórico familiar – a indicação é iniciar a partir dos 45 anos.

Por mais informações e oportunidades para população negra

O oncologista defende, também, uma maior participação de pacientes negros nas pesquisas clínicas em Oncologia. “Precisamos saber se o efeito dos medicamentos, que foi analisado principalmente na população branca ou caucasiana, é igual na população negra. Não sabemos na questão da farmacogenômica se os negros respondem melhor ou pior para determinados medicamentos do que brancos, asiáticos ou hispânicos, por exemplo”.

Fernando Maluf destaca que os estudos podem oferecer estratégias de tratamento interessantes, muitas vezes melhores que as alternativas disponíveis. “E os negros têm menos possibilidade de contar com essa oportunidade. A questão da etnia será provavelmente um dos temas que viviam na sombra e terão, agora, mais luz”.

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