Turistas e moradores no litoral de São Paulo têm vivido um surto de virose na região. Apenas em Praia Grande, foram 7 mil atendimentos em 48 horas nos três prontos-socorros da cidade. No Guarujá, foram mais de 2 mil atendimentos nesta alta temporada, que começou em dezembro.
Nas redes sociais e em mensagens enviadas à Band, relatos de hospitais lotados, falta de medicamentos para tratar sintomas de viroses surgiram, vindos também das cidades de Santos e São Vicente.
Mas o que é virose?
Toda infecção causada por um vírus é chamada de virose. Elas podem afetar diferentes partes do corpo e se manifestar de diversas maneiras, como infecções respiratórias, como gripes e resfriados, até hepatite viral e herpes. Popularmente, a virose é muito lembrada por infecções do trato gastrointestinal, principalmente na época do verão.
No caso mais popular, as viroses como as do surto que ocorre no litoral de São Paulo são transmitidas pela água ou alimentos contaminados com fezes. Muitas vezes, a contaminação se dá pela falta de higiene das mãos na hora de comer ou preparar a comida.
Os principais agentes por trás das viroses são o rotavírus e o adenovírus, que são altamente transmissíveis. A transmissão é fecal-oral, e o tratamento consiste na busca pelo alívio dos sintomas, em especial da desidratação, já que se perde muito líquido com a diarreia.
Como se prevenir da virose?
O cuidado com a higiene é essencial. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, a infectologista do Instituto Emílio Ribas, Rosana Richtmann, afirma que é preciso lavar as mãos sempre antes de comer, mas também é preciso ter certos cuidados ao consumir na praia.
"Cuidado com a água que se bebe, o gelo que se coloca nas bebidas, em sucos, então a gente sempre tem um risco de ingerir um líquido contaminado", pontua.
Se quer mergulhar, é bom ter cuidado com as praias próprias e impróprias para o banho. Rosana explica que a sobrecarga do sistema de esgoto pode causar o aumento nos casos de virose. "Engolir a água do mar, que pode ocorrer quando se mergulha ou brinca, aumenta as chances de gastroenterite", diz.
"Há praias mais impróprias para o banho e mais próprias, quando se fala de contaminação de água. Mas nessa época do ano, com a demanda de pessoas ao litoral, sabemos que a rede de esgoto não dá conta e no litoral paulista vemos muitas vezes o esgoto indo ao mar", afirma.
Na praia, evitar certos alimentos pode ser uma boa prevenção
Quem visita as praias no litoral de São Paulo sabe que há aqueles alimentos típicos do verão. Milho no pratinho, espetinho, raspadinha e caipirinha estão entre os favoritos, mas podem ser perigosos caso não se saiba a procedência deles.
Estes alimentos, por exemplo, precisam de água para serem produzidos. No caso do milho, a água utilizada para cozinhar o milho ou a manteiga colocada podem conduzir um vírus. O espetinho, por sua vez, só pode ser consumido se bem-passado.
Raspadinhas, caipirinhas e sucos podem ser armadilhas para viroses. O gelo utilizado, caso não seja de água filtrada, podem conduzir vírus e bactérias, que podem causar viroses.
Quais os sintomas de virose?
Os sintomas mais relatados nas redes sociais atualmente são exatamente os de virose. Eles podem variar, dependendo do vírus específico, mas, geralmente, os sintomas são:
- Febre
- Fadiga
- Dor no corpo
- Dor de cabeça
- Enjoo
- Diarreia
- Desidratação
Praias impróprias para o banho
Das 175 praias usadas por banhistas no estado de São Paulo, 38 estão impróprias para banho, segundo novo relatório de qualidade da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A má qualidade é avaliada pela alta concentração de bactérias fecais e outros fatores.