Um estudo muito relevante do Congresso Americano de Oncologia avaliou mais de 20 mil pessoas com obesidade, ao longo de 15 anos. Os participantes foram divididos em três grupos: aqueles que utilizaram a semaglutida (medicamentos como Ozempic e semelhantes), os que passaram por cirurgia bariátrica e um terceiro grupo que não realizou nenhum tratamento.
Os resultados foram impressionantes! Quando comparados ao grupo sem tratamento, aqueles que fizeram cirurgia bariátrica reduziram em 22% o risco de desenvolver câncer, enquanto os que usaram a medicação diminuíram esse risco em 39%. Esses dados reforçam que, além de promoverem melhorias à saúde, essas intervenções também reduzem a probabilidade de desenvolver câncer no futuro.
Ao longo desses últimos anos tenho monitorado a rotina de exercícios físicos de pacientes que passaram por cirurgia bariátrica ou que estão em tratamento com semaglutida e posso afirmar que os resultados são excelentes.
O uso destes medicamentos aliado à prática de exercícios físicos pode potencializar seus efeitos e favorecer a perda de peso. A atividade física melhora a sensibilidade à insulina, aumenta o gasto calórico, promove a saúde geral e reduz o risco de recuperar peso após o tratamento.
A prática de exercícios físicos por pacientes após a cirurgia bariátrica influencia áreas do cérebro relacionadas ao controle alimentar, contribuindo para a diminuição da fome e a ampliação da sensação de saciedade. Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP revelou que o treinamento físico, iniciado três meses após a cirurgia, provoca mudanças nas redes cerebrais impactadas pela obesidade, indicando que a combinação de exercícios e cirurgia atua em conjunto na regulação do apetite e da saciedade.
Portanto, a atividade física aliada ao tratamento da obesidade, seja ele qual for, é garantia de melhores resultados!
Luciana Castelli Assmann é educadora física especializada em pacientes oncológicos e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer