Pesquisa brasileira apresenta nova estratégia de tratamento para câncer de pênis

Estudo acompanhou 33 pacientes que receberam imunoterapia e quimioterapia

Do blog Vencer o Câncer

Oncologista Fernando Maluf apresenta estudo sobre câncer de pênis
Lacog

Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros foi apresentado na última semana no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, o maior congresso de oncologia do mundo.

Conduzida pelo médico oncologista Dr. Fernando Maluf, cofundador do Instituto Vencer o Câncer, e realizada pelo Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG), a pesquisa começou a ser desenvolvida em 2020 e propôs uma nova combinação de tratamento para os casos de câncer de pênis avançado.

O Brasil é considerado um dos países com maior incidência da doença no mundo, representando 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens no país, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A proposta do estudo HERCULES foi avaliar se o uso de imunoterapia associada à quimioterapia tradicional é eficaz e seguro como terapia de primeira linha no tratamento do câncer de pênis avançado.

Ao longo do percurso, 33 pacientes foram acompanhados, com exames de imagem a cada 6 semanas. Os pacientes receberam imunoterapia e quimioterapia por 6 aplicações, seguido de imunoterapia até completar 34 aplicações. 

“Os resultados não são apenas uma vitória para a ciência brasileira, mas também uma prova de que a pesquisa clínica pode e deve olhar para as populações mais vulneráveis”, comenta o Dr. Maluf. “O sucesso deste estudo demonstra que investir em inovação para todos gera resultados significativos, beneficiando não apenas os pacientes envolvidos diretamente, mas também a comunidade global, já que vamos mudar o tratamento desta doença em todo mundo”, observa. 

O estudo mostrou que 75% dos pacientes tiveram algum grau de redução do volume tumoral, e que 39,4% deles apresentaram redução significativa. Os resultados, somados ao controle da doença e dos sintomas, demonstram o benefício do novo esquema de tratamento avaliado. Além disso, dois marcadores foram identificados através de exames nas amostras tumorais que são potenciais preditores de melhor resposta ao tratamento, são o P16 e o TMB. Pacientes com P16 positivo e TMB alto tiveram taxa de respostas (redução do volume tumoral) de 55,6% e 75%, respectivamente.

Com os resultados, o protocolo brasileiro pode ser adotado em todo o mundo para o tratamento de pacientes com câncer de pênis avançado.

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