Tabagismo é principal fator de risco para câncer de pulmão, diz especialista

Considerado um dos tumores mais letais, o câncer de pulmão leva à morte mais de um milhão de pessoas no mundo todo, todos os anos, de acordo com entidades internacionais que monitoram a doença. 

Um dos principais fatores para ser tão agressivo é exatamente sua localização: por estar em uma região extremamente vascularizada (os pulmões) e com fácil acesso à corrente sanguínea, é fácil para que células anormais acabem viajando para outros órgãos e provocando o espalhamento do câncer – um processo chamado de metástase. 

Para explicar este e outros detalhes sobre o câncer de pulmão, o quinto episódio do podcast De Bem Com a Saúde conta com a presença da médica Suellen Nastri, especialista nesse tipo de câncer e que atua na BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. 

Nastri conversou com a jornalista Cynthia Martins, apresentadora do podcast, sobre diversos aspectos desse tumor, bem como o que pode ser feito para aumentar a chance de cura dos pacientes. 

De acordo com a oncologista, como a maior parte dos cânceres, a detecção precoce da doença é fundamental para aumentar as chances de recuperação total do indivíduo. “Estamos falando aí de 80, 90% de chance de cura se o tumor for diagnosticado cedo”, explica a médica. 

No entanto, dados do Ministério da Saúde informam que apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial (tumor localizado) principalmente porque, nessa fase, dificilmente os pacientes apresentam algum sintoma. Atualmente, não há orientação de rastreio para câncer de pulmão para a população em geral.

Principal fator de risco é o tabagismo 

Já é consenso entre os médicos de que fumar é o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer no pulmão. 

“De fato, o tabagismo aumenta entre 10 e 30 vezes o risco de desenvolver câncer de pulmão”, afirma Nastri. Ela lembra ainda que a quantidade de cigarros fumados por dia e o tempo que essa pessoa fumou. “Quanto maior o tempo, maior a quantidade de cigarros consumidos e consequentemente, maior o risco”, afirma. 

Por outro lado, embora menos frequentes, existem pacientes não fumantes que também desenvolverem câncer de pulmão. Como, então, explicar esses casos? 

“A gente tem alguns fatores bem claros e outros ainda não tão claros”, afirma a oncologista. “A maior parte dos pacientes que não fumaram convive com pessoas ou em ambientes com fumantes, ou seja, são tabagistas passivos”, diz. 

Fatores ambientais também precisam ser levados em conta. A inalação de alguns produtos químicos como o pó produzido a partir dos asbestos (feitos de amianto); a sílica; e o contato com um gás chamado radônio (que existe em algumas partes do mundo) também estão ligados ao aumento de risco para o câncer de pulmão, de acordo com Nastri. 

O podcast De Bem com a Saúde é uma realização da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo com a Band Jornalismo.