Historicamente, o câncer de pulmão é uma doença que acomete mais o sexo masculino. Isso provavelmente está relacionado aos hábitos de vida, especialmente ao tabagismo.
Dos cerca de 32 mil novos casos da doença estimados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) para 2024 no país, mais de 18 mil devem ocorrer em homens.
Porém, nos últimos anos e décadas, temos visto um aumento importante da quantidade de mulheres tabagistas, o que tem impactado em um aumento do número de casos de câncer de pulmão nas pacientes do sexo feminino. Esta já é a terceira neoplasia mais frequente em mulheres no Sul do Brasil.
Para entender este quadro, é fundamental lembrar que o uso do tabaco, em suas mais diversas apresentações, é o principal fator de risco para o câncer de pulmão.
Porém, vale um alerta: os não tabagistas também podem ter o diagnóstico. Sim, o câncer de pulmão não é exclusivo dos pacientes que fumam, especialmente os tumores pulmonares com mutações.
É importante destacar, também, que existem outros fatores de risco para a doença, como a exposição a substâncias tóxicas e a produtos químicos como o amianto, a poluição do ar, outras doenças pulmonares e a história familiar de câncer de pulmão.
Os principais sintomas incluem uma tosse persistente, dor no peito, falta de ar, fadiga. A atenção aos sinais pode garantir o diagnóstico precoce e melhores desfechos para o tratamento.
Para o Dia Nacional de Combate ao Fumo, realizado em 29 de agosto, a mensagem de prevenção é bastante objetiva: evitar sempre o tabagismo (e o tabagismo passivo) e, também, a utilização de cigarros eletrônicos e vapes. Se você foi ou ainda é tabagista, lembre-se dos exames de rastreamento, em especial, a tomografia de tórax de baixa dosagem de radiação. Isso é fundamental para o diagnóstico precoce e para o aumento das chances de cura.
Abraão Dornellas é oncologista clínico no Hospital Israelita Albert Einstein e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer