A prefeitura de São Paulo confirmou, nesta quinta-feira (9), que um homem de 41 anos que viajou recentemente à Espanha e Portugal foi diagnosticado com varíola dos macacos. É o primeiro caso da doença confirmado no Brasil.
O paciente segue em isolamento no Hospital Emílio Ribas, na zona oeste da capital, desde a noite desta quarta-feira (8), quando apresentou os primeiros sintomas da doença. Todos os contatos do paciente estão sendo monitorados pelas equipes de vigilância de saúde de São Paulo.
Além desse caso, a prefeitura ainda monitora o estado de saúde de uma mulher de 26 anos hospitalizada com suspeita da doença. Segundo a gestão municipal, a paciente passa bem. Familiares e pessoas que residem próximo à mulher também estão sendo acompanhados.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que oito casos suspeitos estão em investigação nos estados de Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul, e Rio Grande do Sul, além de dois casos suspeitos monitorados em Rondônia.
Já foram confirmados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de 1 mil casos da doença em pelo menos 29 países fora da África, continente onde ela é endêmica.
Entenda a doença
A varíola dos macacos é causada por um vírus do gênero orthopoxvirus e é considerada leve na maior parte dos casos.
Ela foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano dessa variante foi registrado em 1970 no Congo. Depois foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental.
A transmissão acontece pela troca de fluidos corporais entre um paciente contaminado e uma pessoa sadia – por meio de saliva, sangue ou sêmen, por exemplo. Há também a transmissão pelo contato com a carne infectada de animais silvestres, como gorilas e alguns tipos de crocodilos. Os sintomas são dores no corpo, febre, fadiga e erupções na pele similares às da catapora.
O diagnóstico é feito com testes específicos, requisitados por médico após avaliação clínica. Os pacientes diagnosticados ficam isolados para que pessoas sadias não tenham contato com o vírus. A doença é considerada leve na maior parte dos casos e tende a ser mais grave apenas em crianças ou pessoas imunocomprometidas.