Neste 18 de setembro é o Dia Nacional da Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, que é um câncer nos olhos raro, que ganhou visibilidade após a filha dos jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin, a Lua, receber o diagnóstico. A doença é mais comum na infância e pode ocorrer em um ou ambos os olhos.
A doença é um tipo raro de câncer infantil, que registra cerca de 250 novos casos diagnosticados por ano, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Se detectado em estágio inicial e tratado em centros especializados, as chances de cura passam de 90%.
O diagnóstico precoce do retinoblastoma é fundamental para o sucesso do tratamento e prevenção da cegueira, isso porque a maioria dos casos que são detectados em estágio inicial são curáveis, grande parte deles com preservação da visão.
“É preciso fortalecer o movimento em prol do diagnóstico precoce de crianças com retinoblastoma. Ele é de suma importância para dar acesso a centros especializados, onde, quanto mais cedo elas chegarem, maiores serão as chances de cura e preservação do olho”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), oncologista pediátrico Neviçolino Pereira de Carvalho.
Para que ocorra o diagnóstico precoce, é necessário que os pais e responsáveis fiquem atentos às crianças e nos primeiros sinais é preciso procurar ajuda médica.
“Observem as pupilas. Aquele reflexo branco é um sinal de alerta e não pode ser desvalorizado. A qualquer sinal de que algo não está bem, leve ao oftalmologista e procure centros de referência, porque essa criança pode ter a vida salva e conseguir preservar tanto o olho quanto a visão”, declarou o especialista.
O tumor atinge as células da retina, parte do olho responsável pela visão. O maior número de casos ocorre nas crianças com menos de cinco anos de idade e pode estar presente no nascimento.
Sintomas
O principal sintoma, presente em 90% dos casos de retinoblastoma, é a leucocoria, que é um reflexo branco na pupila, conhecido como “olho de gato”. Outros sintomas que podem aparecer são: estrabismo, vermelhidão ocular, baixa visão, dor e proptose ocular.
“Na maioria dos casos, quando esses sinais são percebidos, o tumor já tem um tamanho considerável. Em estágio avançado, a doença pode causar cegueira e levar à morte. Por isso a mobilização pelo diagnóstico é fundamental”, enfatiza.
Teste do Olhinho
O Teste do Olhinho, feito nos primeiros três dias de vida na maternidade e três vezes por ano nos três primeiros anos, pode ajudar a identificar o problema.
A detecção precoce da doença é fundamental para melhores chances de cura com preservação do olho e da visão. Os melhores resultados são obtidos quando a identificação da doença ocorre enquanto ainda é intraocular. Pacientes com retardo no diagnóstico podem apresentar doença avançada e potencial perda de visão e risco de vida.
Tratamento
O tratamento é complexo e requer abordagem multidisciplinar especializada, que inclui oncologista pediátrico, oftalmologista, radiologista intervencionista, serviço de aconselhamento genético e toda a equipe de saúde. O tratamento é individualizado de acordo com as características de apresentação da doença.