Para os sobreviventes de câncer, a manutenção do bem-estar e da qualidade de vida nem sempre é uma questão de apenas perder peso. Pesquisas indicam que muitos enfrentam um risco elevado de pré-diabetes ou diabetes, frequentemente associado à perda de massa muscular esquelética durante o tratamento.
Um estudo publicado por cientistas chineses na revista Diabetes, Obesity and Metabolism trouxe evidências recentes, que apontam que a obesidade sarcopênica (combinação de obesidade e baixa massa muscular) acelera significativamente o desenvolvimento de diabetes.
Em pessoas sem câncer, essa condição dobrou o risco de diabetes em comparação à obesidade ou à perda muscular isoladamente. Já no contexto oncológico, isso traz consequências importantes.
Uma delas é que a perda muscular causada pelo tratamento pode aumentar a suscetibilidade a distúrbios metabólicos. Além disso, a obesidade e a redução da atividade física durante a recuperação agravam ainda mais o problema.
Superar o câncer não se resume a derrotar a doença, mas sim a preparar um futuro mais saudável, incorporando estratégias voltadas para a saúde metabólica, como:
- Gestão do peso: adote métodos graduais e sustentáveis.
- Manutenção da massa muscular: Integre o treinamento de força ao processo de reabilitação.
Na conclusão do estudo, os pesquisadores afirmam que a obesidade sarcopênica deve ser considerada “um componente importante do pré-diabetes e do controle do diabetes”, e sugerem atenção não apenas na prevenção da obesidade, mas também na manutenção ou aumento da massa e força muscular.
Luciana Castelli Assmann é educadora física e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer