Mamografia é exame fundamental na prevenção do câncer de mama; entenda

Protocolo de rastreamento de tumores inclui outros exames de imagens e reduz a mortalidade pela doença

O câncer de mama é hoje o tipo de tumor que mais afeta as mulheres depois do câncer de pele do tipo não melanoma. Só para 2023, a estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) é de que 73 mil novos casos sejam diagnosticados, o que é considerado um número alto em comparação aos anos passados.  

A doença é o tema principal do primeiro episódio do podcast “De Bem Com a Saúde”, uma realização da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo em parceria com a Vibra, empresa spin-off de Tecnologia e estrategista digital do Grupo Bandeirantes de Comunicação.

Os especialistas acreditam que parte desse aumento nos diagnósticos é reflexo da queda de acompanhamento nos exames de rastreio da doença que ocorreu durante os dois anos iniciais da pandemia do novo coronavírus.  

Por outro lado, o estilo de vida moderno, com má alimentação e problemas de saúde mental, também aumenta o risco para o surgimento do câncer. Por isso, manter hábitos de vida saudáveis é um passo importante para evitar a doença.  

Mamografia deve ser feita anualmente

Quando o assunto é prevenção de câncer de mama, no entanto, a mamografia é, sem dúvida, a peça-chave para detectar precocemente o problema – o que tem impacto direto na mortalidade das pacientes.  

“A mamografia, junto com o ultrassom das mamas, é o principal exame de rastreamento que a gente tem para a detecção precoce do câncer de mama”, explicou o oncologista clínico Julio Antonio Pereira de Araujo, médico convidado para conversar sobre o assunto no primeiro episódio do podcast.  

“Com isso, você consegue reduzir a mortalidade do câncer de mama porque conseguimos fazer um diagnóstico precoce e estabelecer tratamentos mais eficazes nessa fase da doença”, afirmou à jornalista Cynthia Martins, que comandou o bate-papo.  

De acordo com o especialista, a detecção precoce do tumor oferece chance de até 95% de cura. “É um número muito relevante”, afirma.  

A recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia é que a mamografia comece a ser realizada anualmente em mulheres a partir dos 40 anos de idade. Já o Ministério da Saúde preconiza a realização do exame a cada dois anos para mulheres a partir dos 50 anos. 

A mamografia também pode ser requisitada antes disso se o médico julgar necessário – caso o histórico familiar mostre mais casos ou até se houver alguma suspeita a partir de exame clínico, por exemplo.  

Araujo reforça, no entanto, a importância de se fazer os exames de rotina mesmo que não exista nenhum sintoma já que, muitas vezes, a doença em seu estágio inicial não dá sinais evidentes.  

“Não espere ter sintomas, deve-se fazer os exames a partir dos 40 anos ou se eventualmente houver algum sinal, independente da sua idade”, alerta.  

Sintomas visíveis indicam avanço da doença  

A necessidade de se rastrear o câncer antes mesmo dele dar sinais claro de que está presente no corpo tem um motivo importante: quando a mulher consegue notar o nódulo ou apresenta outros sintomas – como pele avermelhada, inversão ou retração do mamilo, entre outros – é sinal de que a doença já está em estágio mais avançado.  

Com isso, as opções de tratamento sendo diferentes e, muitas vezes, mais agressivas. A retirada da mama, chamada de mastectomia, por exemplo, pode ser necessária se a doença estiver em um grau alto de comprometimento.  

No entanto, diz Araujo, hoje as técnicas desse tipo de cirurgia evoluíram bastante na América Latina e no Brasil e já incluem a reparação estética da mama. “A retirada de toda a glândula mamária e substituição por prótese de silicone tem um impacto esteticamente menor para a paciente”, afirma o especialista.  

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