Isabella Santoni conta como é ter endometriose e alerta para conscientização

Atriz se une à campanha Março Amarelo para disseminar informação e apoio; em entrevista exclusiva, ela abordou o assunto

Por Hanna Rahal

Isabella Santoni conta como é ter endometriose e alerta para conscientização
Isabella Santoni
Divulgação/ Andrea Dematte

Você sente cólicas absurdas que ultrapassam o limite “aceitável” de dor? Se sim, saiba que isso não é normal, e precisamos falar sobre esse assunto. Famosas como Anitta, Larissa Manoela e Isabella Santoni, já falaram abertamente sobre terem recebido o diagnóstico de endometriose, doença que afeta pessoas com útero e pode provocar, entre outros sintomas, fortes dores e inflamações não só no período menstrual, como também fora dele. 

Isabella, por exemplo, é atriz e foi protagonista de produções do cinema, streaming e televisão. Só em uma das redes sociais, ela conta com 10 milhões de seguidores. Contudo, além do sucesso profissional, ela considera que a vida pessoal pode servir de inspiração para muitas mulheres. Isso porque, a atriz foi diagnosticada com endometriose em 2021, e faz questão de abordar o tema, disseminar informação e apoio. 

Ou seja, aceitar e tratar a doença, não faz uma mulher fraca, mas sim, a ajuda a manter a saúde e a rotina. 

Em entrevista exclusiva concedida ao Band.com.br, Isabella compartilhou sua experiência e discutiu sobre a importância de não normalizar a dor e buscar tratamento. 

Convivendo com a endometriose

Para a atriz, conviver com a endometriose é um desafio que demanda atenção constante ao próprio corpo. Ela compartilhou como os sintomas iniciais, as intensas dores de cólica, pareciam ser normais a princípio. O diagnóstico, no entanto, trouxe um entendimento crucial para as dores antes inexplicáveis. 

“A descoberta foi como se um quebra-cabeça começasse finalmente a se encaixar, começasse a trazer um entendimento para as dores que até então eram inexplicáveis, que eram tidas como normais, ou esperadas”, conta. 

Santoni enfatizou a importância de não normalizar a dor, desmistificando a ideia de que ela faz parte da vivência feminina.

O diagnóstico também trouxe consigo um peso adicional, que foi o peso das preocupações sobre o futuro, sobre como essa condição poderia impactar minha vida. Me senti muito insegura e com medo, reflete. 

Nas redes sociais, a atriz visa abordar a endometriose com uma mistura balanceada de vulnerabilidade e empoderamento. Compartilhando sua própria jornada desde os primeiros sintomas até o tratamento, ela espera oferecer apoio e validação para aqueles que enfrentam situações semelhantes, ao mesmo tempo que conscientiza pessoas menos familiarizadas com a doença.

A endometriose é uma condição complexa e que se apresenta de diversas formas, e eu acredito que quanto mais falarmos sobre, mais ajudamos a dissipar o estigma e a ignorância que a cercam, explica. 

Março Amarelo e rede de apoio  

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, a endometriose afeta cerca de 176 milhões de mulheres, sendo mais de 7 milhões somente no Brasil. 

A endometriose é uma doença comum e benigna, que ocorre quando o endométrio - mucosa que reveste a parede interna do útero — cresce em outras regiões do corpo.

Daí, surgiu a campanha nacional “Março Amarelo”, cuja finalidade é conscientizar a sociedade sobre os sinais, sintomas, prevenção, diagnóstico e tratamento da endometriose. 

Inclusive, nesta quarta-feira, 28 de fevereiro, a jovem já participa de uma roda de conversa para um evento de conscientização, promovido pelo Instituto Crispi — que atua no tratamento da doença — e mediado pelo Dr. Cláudio Crispi Junior. 

A conversa em prol do Março Amarelo será disponibilizada no canal do Youtube do instituto no dia 13 de março, Dia Nacional da Luta Contra a Endometriose.

Ao unir vozes e esforços, o evento quer ampliar a visibilidade da causa e impulsionar mudanças tangíveis. Palestras, debates educativos e atividades interativas serão realizadas para disseminar informações importantes sobre a endometriose, desde sinais de alerta até opções de tratamento e estratégias de apoio.

Além disso, o evento desempenha um papel fundamental ao conectar pessoas afetadas pela endometriose, criando uma rede de apoio sólida e empática.

Quais são os sintomas da endometriose?

Mesmo fora do útero, o endométrio  responde às variações hormonais do corpo, podendo sangrar ou causar aderências entre os tecidos de diferentes órgãos, provocando fortes dores e outras complicações. Entre os sintomas mais frequentes da endometriose, estão:

  • Dor pélvica crônica;
  • Dor durante ou após as relações sexuais;
  • Dor e desconforto abdominal;
  • Inchaço abdominal;
  • Dor ao urinar;
  • Fatiga;
  • Depressão ou ansiedade

Quem tem endometriose pode engravidar?

Sim, é possível que uma pessoa com endometriose consiga engravidar. Em alguns casos, no entanto, devido aos impactos da endometriose na cavidade pélvica, nos ovários, nas tubas uterinas e no próprio útero, a endometriose pode causar infertilidade ou dificuldade para engravidar. 

Estima-se que de 30% a 50% das pessoas com endometriose podem apresentar algum tipo de infertilidade. Em geral, recomenda-se o uso de métodos como a FIV (fertilização in vitro) para quem tem endometriose e não consegue engravidar por meios naturais após uma série de tentativas.