Diagnosticada com câncer de pulmão em maio de 2021, a cantora Rita Lee, de 75 anos, apareceu recentemente em uma foto em suas redes sociais após realizar tratamento para a doença.
Lee recebeu a notícia de que havia um tumor em seu pulmão esquerdo após um exame de rotina e, por isso, iniciou o tratamento de forma precoce. Em abril de 2022, a família anunciou a remissão da doença -- quando o câncer está sob controle e não apresenta qualquer sinal de que ainda esteja ativo no organismo.
A jornada da cantora contra o câncer de pulmão, no entanto, não é regra: de acordo com o Ministério da Saúde, apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial (tumor localizado). Atualmente, não há orientação de rastreio para câncer de pulmão para a população em geral.
Detectar a doença de forma precoce poderia, no entanto, mudar o prognóstico de milhares de pacientes. “Estamos falando aí de 80, 90% de chance de cura se o tumor for diagnosticado cedo”, explica a médica Suellen Nastri, especialista em câncer de pulmão da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Nastri é convidada do quinto episódio do do podcast De Bem Com a Saúde, apresentado pela jornalista Cynthia Martins e que traz dessa vez informações relevantes sobre o câncer conhecido por ter uma alta taxa de letalidade.
Mesmo sabendo da importância da detecção precoce, dados do Ministério da Saúde informam que apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial (tumor localizado) principalmente porque, nessa fase, dificilmente os pacientes apresentam algum sintoma e, portanto, não buscam auxílio médico ou realização de exames. Atualmente, não há orientação de rastreio para câncer de pulmão para a população em geral.
Tratamentos personalizados estão em alta
No caso de Rita Lee, os médicos optaram por combinar o uso da imunoterapia e da radioterapia para combater o tumor. A personalização dos tratamentos, levando-se em conta o estado geral do paciente, o tipo de tumor encontrado e o histórico de vida é uma forte tendência no combate a diversos tipos de câncer, incluindo aí o de pulmão.
"A medicina de precisão é a maior revolução ao longo dos anos na oncologia", opina a especialista. "Ela nada mais é do que uma medicina personalizada em que conseguimos ter informações sobre o tipo de tumor e usar terapias-alvo que vão na alteração genética específica de cada tumor, ou a imunoterapia, que aumenta o sistema imunológico para atuar no tumor, e até menos efeitos colaterais nas quimioterapias atuais", contemporiza.
Com todas essas opções, a cirurgia em que parte ou a totalidade de um dos pulmões precisa ser retirado é considerada apenas em casos realmente necessários. "Analisamos os riscos do pós-operatório e se isso dará qualidade de vida ao paciente, tudo precisa ser muito bem indicado e avaliado por uma equipe multidisciplinar", afirma a oncologista.
O podcast De Bem com a Saúde é uma realização da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo com a Band Jornalismo.