No estado de São Paulo, cerca de nove milhões de pessoas estão com a dose de reforço da vacina contra a covid-19 atrasada. Segundo a Secretaria de Saúde, desse total, um grupo de sete milhões de pessoas não retornaram aos postos de saúde para a aplicação da quarta dose.
As doses de reforço são a melhor forma de evitar o avanço da doença, que já vem registrando uma alta de casos nas últimas semanas. Segundo um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (10), os casos positivos de covid-19 em São Paulo voltaram a crescer na população adulta, crescimento que está associado ao avanço da nova sub variante da Ômicron, a BQ1.
“O surgimento de sub variantes, assim como o vírus influenza (da gripe) é normal. Quando nós somos vacinados, mesmo que aquela vacina não seja específica para a variante, ela consegue evitar que a pessoa tenha o quadro mais grave, que seja internado ou que vai precisar ir para uma Unidade de Terapia Intensiva”, diz o infectologista Renato Grinbaum.
Outra preocupação dos especialistas é com as crianças e adolescentes. “Infelizmente, hoje, nós temos 75% das crianças de 3 a 11 anos com uma dose da vacina e apenas 58% buscaram a segunda dose. Então, metade das crianças não retornaram para tomar a dose complementar. A gente precisa aumentar a cobertura vacinal”, informa a diretora do Centro de Vigilância epidemiológica do estado de São Paulo, Tatiana Lang D’Agostini.
O governo de São Paulo deve receber, nesta sexta-feira (11), cerca de 200 mil doses pediátricas da vacina da pfizer, para vacinar bebês a partir de seis meses com comorbidades. A expectativa é que a vacinação desse grupo tenha início na próxima semana.