O Congresso Anual da Sociedade Europeia de Oncologia (ESMO), realizado entre 9 e 13 de setembro, em Paris, na França, apresentou estudos que prometem mudar a prática clínica e trazer benefícios para a qualidade de vida dos pacientes.
O oncologista Fernando Maluf, um dos fundadores do Instituto Vencer o Câncer, destaca novidades para os tumores ginecológicos, que representam mais de 30 mil novos casos por ano no Brasil.
O médico cita dois estudos importantes sobre o papel dos inibidores da PARP, uma opção terapêutica para o tratamento do câncer de ovário avançado. “São drogas que evitam que o tumor se reconstitua, depois do tratamento cirúrgico ou por quimioterapia. Essas duas pesquisas mostraram que o inibidor da PARP, utilizado após a quimio, reduz o risco de morte entre 38% a 45%. Isso no seguimento longo, que varia de cinco a sete anos”.
Maluf ressalta que são os primeiros dados de sobrevida com essas medicações, importantes para pacientes que têm alterações moleculares chamadas deficiência de recombinação homóloga, que atingem cerca de metade dos casos de carcinomas de ovário.
A imunoterapia também foi avaliada para esses tipos de tumores, especialmente no câncer de colo de útero, com medicamentos que se mostraram bastante eficientes para aumentar a sobrevida de pacientes que falharam na primeira linha de tratamento.
“Essa droga, utilizada na segunda linha de tratamento, ou de resgate, chamada cemiplimabe, apresentou resultados importantes para pacientes com doença avançada”, afirma Fernando Maluf.
Para o câncer de próstata, doença que deve registrar cerca de 66 mil novos casos neste ano no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o oncologista explica que a intensificação do tratamento na doença mais avançada, ou seja, pode oferecer resultados melhores.
Confira a entrevista do oncologista Fernando Maluf no BandNews TV, sobre os principais estudos apresentados no Congresso anual da ESMO.