O Instituto Vencer o Câncer e o Grupo Mulheres do Brasil acabam de lançar a Aliança Nacional para Eliminação do Câncer do Colo do Útero, um movimento que vai desenvolver ações para eliminar um dos tumores mais incidentes entre as mulheres brasileiras.
O objetivo é estimular a vacinação contra o HPV (papilomavírus humano), principal fator de risco da doença, e o acesso ao rastreamento e diagnóstico precoce. Para atingir as metas, grupos de trabalho vão atuar em cinco frentes principais, para fomentar a mobilização social e informar.
Uma destas frentes é a comunicação maciça sobre a prevenção e o rastreio do câncer do colo do útero. “Até o fim deste ano, todo brasileiro precisa saber o que é o HPV”, ressaltou a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Grupo Mulheres do Brasil.
A Aliança também vai engajar agentes de saúde, escolas e comunidades, além de debater com o poder público políticas efetivas para o controle deste tipo de tumor.
“Devemos ser ambiciosos e ter tolerância zero com os baixos índices de vacinação contra o HPV. Precisamos estabelecer este conceito, para que toda criança e todo adolescente no país sejam vacinados”, afirmou o oncologista Fernando Maluf, cofundador do Instituto Vencer o Câncer. “Esta é a medida mais eficaz, resolutiva e barata contra o câncer”, acrescentou.
Segundo a Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, a eliminação do câncer do colo do útero é prioridade para a pasta. Ela reforçou a importância de uma estratégia de vacinação que leve em conta as regionalidades e as barreiras locais. Em abril de 2024, o Ministério adotou a dose única contra o HPV, para meninos e meninas de 9 a 14 anos.
“O Programa Nacional de Imunizações (PNI) investiu para entender (essas) barreiras. E o retorno da vacinação nas escolas aumentou em 42% a imunização contra o HPV”, sinalizou Ethel Maciel. Os dados refletem a comparação entre 2022 e 2023, a partir da implantação do Movimento Nacional pela Vacinação na Comunidade Escolar, promovido pelos Ministérios da Saúde e da Educação.
“Esta Aliança pode nos ajudar muito em relação à educação”, avalia a secretária. “Precisamos romper o desafio da informação, de que os meninos também precisam ser vacinados”, disse.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), só em 2024, mais de 17 mil brasileiras vão receber o diagnóstico de câncer do colo do útero. Mais de 6 mil mulheres morreram por este tipo de câncer em 2020.
Estratégias para enfrentar os desafios
Para informar a população sobre o HPV, a vacinação e a prevenção do câncer do colo do útero, a Aliança desenvolverá campanhas informativas, que vão utilizar diversos meios de comunicação, como televisão, rádio, redes sociais e eventos comunitários.
Também irá trabalhar em conjunto com escolas, associações de pais e mestres, e líderes comunitários para promover a vacinação. A colaboração com o setor educacional é especialmente importante, pois as escolas são um ponto de acesso crucial para alcançar meninas e meninos na faixa etária alvo.