Cigarro é um dos principais fatores de risco para câncer na boca, diz médico

Não é segredo para ninguém que fumar traz inúmeros problemas para a saúde: aumenta o risco de doenças cardiovasculares e inúmeros problemas de saúde (desde hérnia de disco até doença crônica pulmonar). E, sim, também aumenta o risco para desenvolver diversos tipos de câncer.  

No imaginário das pessoas, o mais comum é pensar logo de cara nos tumores de pulmão. De fato, já é consenso entre os médicos que o tabagismo é o principal fator de risco para desenvolver câncer no pulmão. Quanto maior o tempo, maior a quantidade de cigarros consumidos e, consequentemente, maior o risco.  

Mas não são apenas esses órgãos que sofrem com o uso de tabaco. Os tumores de cabeça e pescoço também estão entre os que podem surgir pelo hábito de fumar. 

"O cigarro é uma tragédia do ponto de vista de risco [para câncer]", lamenta Marcus Furlan, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

O médico participou do penúltimo episódio do podcast De Bem Com a Saúde, apresentado pela jornalista Cynthia Martins, para falar mais sobre os sintomas, fatores de risco e tratamentos para os cânceres de cabeça e pescoço -- tumores que são pouco falados, mas que costumam atingir os brasileiros com certa frequência: estima-se que eles sejam 3% dentre todos os diagnósticos de câncer e costumam afetar homens com mais de 60 anos.  

Os cânceres de cabeça e pescoço podem surgir principalmente na cavidade oral (incluindo aí lábios, língua e glândulas salivares), faringe, laringe, nariz, pescoço e a glândula tireoide.  

Furlan lembra, no entanto, que não são apenas os usuários de cigarro que sofrem com os malefícios do uso do tabaco, já que pessoas que inalam a fumaça por estare próximas de um fumante também correm risco.  

"A fumaça tem substâncias carcinológicas que são consideradas vilãs do ponto de vista de cabeça e pescoço", adverte.  

A afirmação de Furlan não é apenas observacional: ela vem corroborada de estudos científicos. Em um deles, realizado por pesquisadores de Portugal, eles concluíram que conviver com alguém que fume aumenta o risco em desenvolver câncer na boca em mais de 50%.  

Prevenção é possível  

Ao mencionar a importância de manter um estilo de vida saudável e acabar com o hábito de fumar, Furlan lembra que nem sempre parar é um ato simples. "É uma ação difícil de se desvencilhar, às vezes é necessário ter ajuda", diz.  

Ele reforça, no entanto, que é preciso seguir firme no propósito de um estilo de vida mais saudável para reduzir os riscos de câncer. "Não é só achar substitutos, adesivos ou cigarro eletrônico, mas interromper o tabagismo para ser mais saudável."

O podcast De Bem com a Saúde é uma realização da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo com a Band Jornalismo. 

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