
As terapias-alvo são uma abordagem inovadora no tratamento de várias doenças, especialmente o câncer. Diferente da quimioterapia tradicional, que atinge todas as células que se multiplicam rapidamente, essas terapias atuam de forma mais precisa, bloqueando moléculas específicas que ajudam o tumor a crescer e sobreviver.
Esses tratamentos são desenvolvidos com base no estudo das alterações genéticas e dos sinais que fazem as células cancerígenas se espalharem. Eles podem agir de diferentes formas, como impedindo o crescimento do tumor, estimulando a morte das células doentes, reforçando a resposta do sistema imunológico ou cortando o fornecimento de sangue que alimenta o câncer.
Existem diferentes tipos de medicamentos dentro dessa estratégia, como os inibidores de tirosina quinase, os anticorpos monoclonais e os reguladores de processos celulares. Um exemplo bem conhecido é o imatinibe, usado no tratamento da leucemia mieloide crônica. Ele bloqueia uma proteína essencial para as células doentes, ajudando a controlar a doença.
Uma grande vantagem das terapias-alvo é que o tratamento pode ser personalizado de acordo com as características do paciente, tornando-o mais eficaz e com menos efeitos colaterais do que os métodos tradicionais. No entanto, desafios como a resistência do tumor ao medicamento e o alto custo ainda dificultam o acesso a essas terapias.
Graças aos avanços na oncologia molecular e na medicina de precisão, novas terapias-alvo estão sendo desenvolvidas. Isso traz esperança para um tratamento cada vez mais individualizado e eficiente contra diferentes tipos de câncer.
Pedro Uson é oncologista no Hospital Israelita Albert Einstein e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer