O câncer de próstata é o mais frequente entre homens depois do câncer de pele do tipo não melanoma. Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) estimam que o Brasil deve ter 72 mil novos casos da doença por ano até 2025.
A glândula, localizada entre o reto e a bexiga no corpo masculino, tem como principal função produzir o chamado fluído prostático, que compõe o sêmen e ajuda a nutrir e proteger os espermatozoides.
É para falar das dúvidas e esclarecer mitos envolvendo a doença que o tema é abordado no segundo episódio do podcast "De Bem Com a Saúde", uma realização da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo com a Band Jornalismo.
Nesse episódio, a jornalista Cynthia Martins conversa com o urologista Daher Chade, especialista em urologia com foco em oncologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Chade afirma que, diferente de outros tipos de câncer, o de próstata tem mais relação com a genética e a idade do paciente do que com os hábitos de vida. “Quando temos um parente próximo que já teve a doença, as chances do paciente ter são três vezes maiores", afirma.
O urologista lembra ainda que o câncer de próstata é mais frequente em pessoas da raça negra, o que torna a prevenção ainda mais importante para esse grupo de homens.
É possível prevenir o câncer de próstata?
De acordo com o urologista, essa resposta pode ser dividida em duas: “A primeira parte é que devemos evitar que ele surja e a outra questão é evitar que tenhamos um câncer avançado e que não possa ser curado”, afirma.
No primeiro caso, Chade afirma que o trabalho é reforçar os bons hábitos de vida e também os exames de rastreio periódicos.
Mas, como a doença pode surgir independente dos hábitos de vida, é importante também garantir que a doença não atinja um ponto de gravidade em que não exista tratamento. “A maioria dos cânceres, assim como o de próstata, são curáveis quando detectados de forma precoce”, reforça.
Preconceito dificulta diagnóstico
No caso dos homens, a falta de hábito em realizar os exames preventivos de forma periódica acaba dificultando o diagnóstico precoce. Um dos principais fatores de resistência se refere ao exame de toque retal – realizado em consultório para apalpar a próstata e analisar possíveis alterações na mucosa retal.
No entanto, o especialista acredita que os homens mais jovens estão, aos poucos, aprendendo a cuidar melhor da própria saúde e buscando ajuda de um urologista. “Só de estarmos falando disso aqui hoje já é um avanço”, acredita.