Saúde

Câncer de pele - como andam os seus cuidados com a luz do sol?

A oncologista Jéssica Ribeiro Gomes, do Instituto Vencer o Câncer, escreve sobre a proteção da pele e a prevenção

Por Instituto Vencer o Câncer

Tomar sol sem proteção é o principal fator de risco para o câncer de pele adamkontor/ Pixabay
adamkontor/ Pixabay

Embora estejamos em um país com alta incidência solar o ano todo, sabemos que a maioria das pessoas ainda não tem o hábito de se proteger adequadamente contra o sol.

Essa proteção é importante porque os raios solares emitem radiação ultravioleta, a qual é responsável por vários malefícios na pele humana, tais como queimadura solar, fotoenvelhecimento e, principalmente, câncer de pele: a exposição cumulativa ou intensa à radiação ultravioleta ? seja no cotidiano, trabalho ou lazer ? é o fator de risco mais importante para o surgimento dos tumores de pele.

O câncer de pele é o tumor maligno mais comum no Brasil, correspondendo a cerca de 30% de todos os diagnósticos dessa doença. Em 2022, a estimativa é de mais de 220 mil casos novos no país. 

Além do seu principal vilão ? a exposição solar desprotegida ? outros fatores de risco para essa doença incluem características físicas, como cor da pele e dos olhos, predisposição genética e imunidade suprimida (por exemplo, pessoas que receberam transplantes de órgãos).

Há vários tipos de tumores de pele, sendo os mais comuns os chamados carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Esses, em geral, costumam apresentar um acometimento mais localizado, porém podem causar um grande prejuízo se não tratados precocemente. Por outro lado, existe também o melanoma, um tipo de tumor de pele menos frequente, porém mais grave, devido ao seu risco aumentado de gerar metástases (quando a doença se dissemina para outros órgãos).

Então, como podemos nos prevenir contra esse câncer tão prevalente?

O principal foco da prevenção consiste na redução da exposição à radiação ultravioleta, desde a infância. Em geral são medidas simples, mas que têm um grande impacto no cuidado contra essa doença, como:

• Minimizar a exposição ao sol, em especial nos horários de pico (9 às 16h, a depender da região do país), mesmo em dias nublados;

• Utilizar protetor solar com fator de proteção (FPS) de pelo menos 30, com ação contra raios UVA e preferencialmente também contra UVB. Eles devem ser aplicados em uma boa quantidade pelo menos 15 minutos antes de sair de casa, com reaplicações durante o dia em geral a cada 2 a 3 horas;

• Usar chapéus (preferencialmente de abas largas) e óculos de sol;         

• Vestir roupas específicas para fotoproteção, se disponível;

• Evitar bronzeamentos naturais ou artificiais e queimaduras solares.

Essas medidas são pertinentes para todas as pessoas, independente da idade. E devem ser mantidas no dia-a-dia durante o ano todo, mesmo na escola ou no trabalho, e não somente no verão ou quando se vai à praia.

Outro cuidado fundamental consiste em realizar visitas periódicas ao dermatologista para uma avaliação cuidadosa da pele. Isso possibilita a detecção precoce de lesões precursoras ou mesmo de tumores em estágios bem iniciais, quando podem ser facilmente tratados e curados.

Não há dúvidas, portanto, quanto à importância de nos protegermos diariamente contra a radiação ultravioleta presente nos raios solares, tendo em vista principalmente a sua forte correlação com o surgimento do câncer de pele. Para nos cuidarmos, precisamos adotar no nosso cotidiano estratégias relativamente simples, mas muito eficazes na prevenção contra os diversos tipos de tumores de pele, tão prevalentes no Brasil e no mundo.

Jéssica Ribeiro Gomes - Médica Oncologista Clínica da Rede Meridional (ES), integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer