Brasil recupera certificação de país livre do sarampo após cinco anos

‘Depois de muito trabalho, voltamos a celebrar’, escreveu a ministra da Saúde, Nísia Trindade, no X; certificado será entregue pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS)

da redação

Vacina contra o sarampo
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Brasil voltou a receber, nesta terça-feira (12), a certificação de país livre do sarampo. Em 2016, o Brasil já havia alcançado esse status, no entanto, em 2018, as baixas coberturas vacinais permitiram a reintrodução do vírus no país e perdeu o certificado no ano seguinte. 

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) entregou o certificado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra Nísia Trindade. Agora, a recertificação marca a recuperação do status das Américas como uma região livre de sarampo endêmico. 

“É uma grande alegria anunciar com o presidente Lula que voltamos a eliminar o sarampo no país! Já tínhamos eliminado a doença em 2016, mas ela retornou em 2018 após a queda nas coberturas vacinais. Depois de muito trabalho, voltamos a celebrar!”, disse a ministra Nísia Trindade em publicação na plataforma X, antigo Twitter. 

O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças e pode causar complicações graves, como diarreia intensa, infecções de ouvido, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro). Algumas dessas complicações podem ser fatais. 

Como o sarampo continua a circular em outras regiões do mundo, o risco de reintrodução nas Américas persiste, especialmente em crianças que não estão totalmente vacinadas. 

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), as Américas também eliminaram a rubéola e a síndrome da rubéola congênita em 2015, uma conquista que os países da região têm mantido desde então. 

“Recebemos o certificado da Opas, que atesta que toda a região das Américas está agora livre não apenas do sarampo endêmico, mas também da rubéola e da síndrome da rubéola congênita. Nosso trabalho agora é cuidar para que essas doenças não retornem mais!”, escreveu a ministra da Saúde, Nísia Trindade. 

Processo de recertificação

A última certificação do Brasil como país livre do sarampo ocorreu em 2016. Devido às baixas coberturas vacinais e ao intenso fluxo migratório de países vizinhos, em 2018 ocorreu a reintrodução da doença no país. 

Em 2019, após um ano de franca circulação do vírus do sarampo em território brasileiro com mesmo genótipo (D8), o país voltou a se tornar endêmico para a doença. Foram confirmados 39.779 casos entre 2018 e 2022. 

Em 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou como “alarmante” o aumento de casos de sarampo na Europa, com mais de 58 mil infecções registradas em 41 países ao longo do ano, um crescimento significativo em relação aos últimos três anos. 

Ainda assim, no início de 2023, houve intensificação das ações de eliminação do sarampo no Brasil. 

“Para cumprir os critérios de reverificação, o Brasil precisou demonstrar que não houve transmissão do vírus do sarampo durante pelo menos um ano, além de ter fortalecido o seu programa de vacinação de rotina, a vigilância epidemiológica e a resposta rápida a casos importados”, destacou o Ministério da Saúde em nota. 

Com a conquista do Brasil, as Américas recuperam o status de região livre de sarampo endêmico. “O Ministério da Saúde e a Opas/OMS enfatizam que é essencial continuar fortalecendo os programas de vacinação, aumentar a cobertura até alcançar níveis adequados, reforçar os sistemas de vigilância e melhorar a capacidade dos sistemas de saúde para responder rapidamente a possíveis casos importados”.

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