Setembro Verde alerta para a conscientização sobre os tumores de intestino. Este é um tipo de câncer cuja incidência vem crescendo progressivamente. Estima-se, segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que no Brasil tenhamos aproximadamente 45 mil novos casos desta doença a cada ano. 

Algo que chama a atenção é o crescimento do número de casos em indivíduos jovens. Isso é preocupante. 

Devemos nos lembrar dos principais fatores de risco da doença:

• Envelhecimento populacional;
• Presença de pólipos;
• Diagnóstico de doenças inflamatórias intestinais;
• Sedentarismo;
• Alimentação inadequada;
• Inatividade física;
• Obesidade.

Esses fatores, quando somados, aumentam as chances do desenvolvimento do câncer de intestino. 

Mas não é importante somente conhecer os fatores de risco, mas também entender que esta é uma doença passível de rastreamento e prevenção. As recomendações internacionais falam que os pacientes deveriam iniciar os exames preventivos aos 45 anos, realizando a colonoscopia. 

Com esse exame, podemos prevenir o desenvolvimento do tumor, retirando as lesões pré-malignas, bem como diagnosticar o câncer de intestino em fases precoces. Se a doença for diagnosticada precocemente, as chances de cura são extremamente elevadas, acima de 95%. 

Sinais e tratamento

Os principais sintomas dessa doença são as alterações do hábito intestinal, intercalando a diarreia com o intestino preso, a presença de sangramento nas fezes, o desconforto abdominal, a fraqueza e a perda de peso. 

O tratamento consiste normalmente na realização da cirurgia e, discutido caso a caso, a necessidade de tratamentos preventivos, como por exemplo, a quimioterapia. 

Quando a doença se apresenta em um estágio mais avançado, os tratamentos normalmente são feitos com medicações venosas que combinam quimioterapia e medicações um pouco mais modernas, como os anticorpos e a imunoterapia. 

Existem casos de doenças avançadas que podem, sim, ser curadas com o tratamento. Assim, mais uma vez, o foco central é a prevenção, evitando-se os fatores de risco. Porém, também devemos nos preocupar e valorizar o rastreamento dessa doença e o tratamento adequado. 

Por isso, nossa recomendação é: procure ter uma vida saudável, alimente-se bem, evite o consumo de álcool e carne vermelha em excesso, pratique atividade física de forma regular e faça os exames de rastreamento.

Se receber o diagnóstico de câncer de intestino, procure se consultar com um médico oncologista que vai indicar o tratamento adequado para cada caso. 

Abraão Dornellas é oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer