Vida e Saúde
Neste espaço, os profissionais do Instituto Vencer o Câncer trazem informações sobre saúde, bem-estar, qualidade de vida e novidades na prevenção, diagnóstico e tratamento dos diversos tipos de tumores.
Para a segurança e um melhor aproveitamento da prática de exercícios pelos pacientes, sua programação deve ser supervisionada por um profissional capacitado.
Sendo cada indivíduo único, com especificidades, aptidões físicas, limitações e respostas aos exercícios de maneiras diferentes, as recomendações das diretrizes e dos consensos internacionais apresentam-se de forma apenas sugestivas aos pacientes, com as devidas cautelas para a sua realização.
Um profissional capacitado, como um fisioterapeuta ou um educador físico especializado em oncologia, é qualificado para avaliar o estado de saúde do paciente, incluindo o estágio da doença, tratamentos em andamento, efeitos colaterais e qualquer limitação física que possa estar presente.
Essa avaliação permitirá ao profissional adaptar o programa de exercícios de acordo com as necessidades e capacidades individuais, além de monitorar de perto o paciente durante a prática de exercícios, garantindo que a intensidade, a técnica correta e os ajustes necessários sejam realizados para evitar lesões ou agravamento dos sintomas.
A supervisão também permite que o profissional faça uma avaliação contínua dos progressos do paciente e faça ajustes no programa de exercícios conforme necessário.
Vale lembrar que o programa de exercícios para pacientes oncológicos deve ser multidisciplinar, envolvendo uma equipe de profissionais de saúde, como médicos, oncologistas, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos, que possam colaborar e fornecer orientações complementares para garantir o bem-estar geral do paciente.
A ASCO (American Society of Clinical Oncology), por exemplo, destaca os benefícios do exercício para pacientes com câncer, como a melhora na função física, qualidade de vida e possível redução do risco de recorrência do câncer.
Também a importância de uma abordagem individualizada na prescrição de exercícios, levando em consideração o tipo e estágio do câncer, os tratamentos em andamento, a saúde geral do paciente e quaisquer limitações físicas ou a efeitos colaterais relacionados ao tratamento.
É muito importante que o paciente com seu/sua médico(a) oncologista e fisioterapeuta encontrem uma rotina de exercícios apropriada ao estadiamento (estágio de tratamento), alinhados aos seus objetivos e a sua aptidão física.
Uma das recomendações de atividade física é da COSA (Sociedade de Oncologia Clínica da Austrália). Nela, sugere-se que os pacientes, após o tratamento do câncer, devem retornar às suas atividades diárias o mais rápido possível.
Para definição de objetivos, os pacientes devem estabelecer metas de progressão que, uma vez alcançadas, deverão ser mantidas em: 150 minutos de intensidade moderada ou 75 minutos de exercícios aeróbicos de intensidade vigorosa (por exemplo, caminhada, corrida, ciclismo e natação) a cada semana, associados a duas a três sessões de exercícios resistidos progressivos e alongamentos na semana.
Vamos tentar??
Os 150 minutos de caminhada podem ser divididos em 22 minutos por dia na semana, ou 30 minutos de caminhada 5 vezes por semana. Outra opção é 75 minutos de caminhada rápida divididos em 15 minutos por dia, 5 dias por semana.
Hoje as diretrizes internacionais como a OMS têm recomendado aumentar a atividade física aeróbica de moderada intensidade para mais de 300 minutos; ou fazer mais de 150 minutos de atividade física aeróbica de vigorosa intensidade; ou uma combinação equivalente de atividades físicas de moderada e vigorosa intensidade ao longo da semana para benefícios adicionais à saúde.
Essas diretrizes são apenas recomendações
Não podemos esquecer que todos nós somos diferentes. Para indivíduos com efeitos colaterais relacionados ao tratamento ou outros problemas de saúde em conjunto com o câncer, a programação de exercícios deve ser supervisionada por um profissional capacitado.
Mesmo aqueles pacientes que estão na fase de tratamento crônico da doença, e/ou em cuidados paliativos podem se beneficiar da prática de exercícios físicos adaptados, desde que seja feita uma avaliação cuidadosa da condição física e das necessidades individuais e levando em consideração as especificidades de cada momento e tipo de tratamento.
Tania Tonezzer
Mestre em Ciências da reabilitação -FMUSP; Fisioterapeuta Especialista em Oncologia e Linfoterapia – (Crefito128763-F); Membro Diretora da Associação Brasileira de Fisioterapia em Oncologia- ABFO; Membro da APTA (American Physical Therapy Association) e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer