“É o meu marido. Não. Não. É o meu marido”, disse, aos prantos, Alessandra Moraes Luiz, viúva do Carlos Alexandre Resende, de 40 anos. O homem morreu durante um assalto na Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira (25). O crime ocorreu na esquina da Rua Heitor Beltrão com a Rua São Francisco Xavier, por volta das 6h da manhã.

Carlos ficou de buscar a mulher na praça que fica ao lado da Igreja São Francisco Xavier, já que ela voltava de viagem. Alessandra estava esperando o marido e, preocupada com o atraso, telefonava para ele. Ela chegou por volta das 6h da manhã. Às 8h, ela já chorava de preocupação.

Angustiada, ela mostrou a foto do marido para os policiais. Quando chegou mais perto da cena do crime, um vento levantou o saco plástico que cobria o corpo de Carlos e deixou o tênis à mostra. Ela reconheceu que o calçado era dele e ficou desesperada, gritando: “É o meu marido. Não. Não. É o meu marido”.

Segundo testemunhas, a vítima se assustou com a abordagem e levou um tiro na cabeça. Os criminosos levaram o carro de Carlos.

“Eu cheguei por volta de 7h30. Eu vi um pessoal aglomerado e não entendi o motivo. Quando cheguei mais próximo, eu vi que era um corpo. Depois, eu senti que a esposa do rapaz ia desmaiar, aí eu fui solidária e tentei socorrer da melhor maneira possível. Eu falei para ela não se culpar, o tempo todo ela estava se culpando. Ela estava vindo para curtir um final de semana com ele, e estavam planejando ter mais um filho juntos”, disse Alessandra Pinto, que testemunhou o desespero da esposa da vítima.

Passageiros de um ônibus testemunharam a ação dos criminosos. Eles contam que os quatro homens participaram do crime e desceram do veículo antes de abordar a vítima. Um dos homens estava de camisa preta, outro com uma camisa do Flamengo e um terceiro estava com um capuz cinza. Os três bandidos fugiram com o carro roubado.

O quarto envolvido foi visto pegando o metrô na estação São Francisco Xavier, que fica próxima à região.

“O de camisa preta da Nike desceu calmamente pelo metrô da São Francisco Xavier como se nada tivesse acontecido. As pessoas no ponto final, esperando o ônibus, se jogaram todas no chão e saíram correndo”, disse uma testemunha que não quis se identificar.

A Polícia Militar respondeu à ocorrência e chegou ao local por volta das 6h30. A perícia ainda não teve início.