Viagens das barcas no Rio de Janeiro podem ter redução na próxima segunda-feira

Diretor de mobilidade da CCR Barcas afirma que frota pode diminuir por falta de caixa

Júlia Zanon*

CCR Barcas
Reprodução/Agetransp

A frota de barcas para operar na cidade do Rio de Janeiro pode ter redução a partir desta segunda-feira (27). O anúncio foi feito pelo diretor de mobilidade da CCR, Márcio Hannas, em entrevista exclusiva à rádio BandNews FM Rio. De acordo com ele, a empresa que coordena todo transporte aquaviário do estado não tem caixa para operar a partir do dia 3 de março.

A empresa já anunciava problemas com a falta de caixa e negociava novos acordos com o estado desde antes da última extensão de contrato com o governo acabar. Há pouco mais de uma semana, os dois lados entraram em acordo e firmaram um contrato, que poderia durar até 12 meses. Mas, o papel está parado nas mãos da Doutora Regina Lúcia, da 6ª Vara da Fazenda, que precisa decidir os rumos da operação.

"Na semana passada eu comuniquei que a gente ia operar após o final do nosso contrato até o limite do nosso caixa, enquanto o nosso caixa aguentasse, na expectativa de um pronunciamento rápido da justiça, com relação a um acordo que foi firmado com o governo do estado", disse Márcio Hannas, CEO da companhia.

Sem resposta da justiça, a CCR Barcas enviou um novo acordo. A solução encontrada foi a redução da frota ou a extinção de linhas. Assim, a empresa conseguiria operar até o dia 10 de março. Se não houver retorno desse pedido até segunda-feira (27), a operação vai até o dia 3 de março já com racionamento de frota.

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"Para que a gente ainda consiga operar de forma precária, diminuindo a nossa grade. A gente manter as operações que não são essenciais. A gente sabe que Paquetá e Ilha Grande não tem outra alternativa. No caso de Paquetá, ainda mais reduzida do que temos hoje. E a gente alteraria a linha Praça XV - Arariboia em intervalos maiores", continuou o diretor.

Se a medida for aprovada, a linha Praça XV - Arariboia vai ter intervalos de 20 minutos em horários de pico - hoje, o intervalo é de 15 minutos. As linhas Cocotá e Charitas serão extintas e as viagens para Paquetá terão horários até 18h. A linha para Ilha Grande, que só opera com uma viagem por dia, não sofrerá alteração.

"Eu tenho que trabalhar com dois cenários: um que não tenha acordo/não vai se pronunciar, mas eu também tenho que trabalhar pensando em um cenário que vamos ter esse acordo. A gente disparou um processo também de contratação de novos funcionários, já pensando que se tiver que continuar operando, em caso de ser homologado esse acordo, vou precisar de funcionários adicionais para poder incrementar a grade como o governo vai definir. Essa e a dificuldade de planejar essa operação", terminou Márcio Hannas, da CCR Barcas.

No meio da novela sobre a continuidade ou não das barcas, quem sofre é o cidadão.

"Eu pego as barcas de segunda à sexta, para assistir minhas aulas na faculdade em Niterói. Com a diminuição da frota, a chance de chegar atrasado às aulas ou chegar muito tarde em casa aumentam", disse Vitor Alves, estudante da Universidade Federal Fluminense, que mora no Rio de Janeiro.

Com a diminuição das barcas, o tráfego da ponte Rio-Niterói pode ser impactado. Trajetos que hoje são feitos em 20 minutos, podem aumentar ainda mais em horários de pico.

"A redução das frotas é um absurdo. Como fica quem tem horário certo para ir e voltar? Complicado demais", questionou Kézya Alexandra, estudante e usuária do transporte.

*Sob supervisão de Natashi Franco

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