Três pessoas foram presas na manhã desta quarta-feira (7) por integrarem uma quadrilha responsável por enviar armas do Sul do país para o Rio de Janeiro. Os agentes da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal tinham o objetivo de cumprir seis mandados de prisão e 10 mandados de busca e apreensão em cidades de Santa Catarina e Paraná.
Na ação de hoje, que faz parte da segunda fase da Operação Patrone, os presos foram Tiago Gisler dos Santos, Wellinton Richard Ferreira Gonçalves e Rosimeri Silva de Souza. A ação desta quarta é um desdobramento do dia 13 de outubro desse ano, quando a polícia prendeu quatro integrantes da quadrilha.
Na ação anterior, foram presos um casal de empresários que morava na Barra da Tijuca (Anderson Luiz e Tatiana Rodrigues) e um casal que foi preso em flagrante ao transportar um fuzil, uma pistola e farta munição de Santa Catarina para o Rio de Janeiro (Jeferson Farias e Kauane Matos). Anderson era considerado o chefe do tráfico do Paraná e vivia no Rio desde 2017, onde se passava por um empresário.
O início da Operação Patrone foi em fevereiro desse ano, quando munições apreendidas revelaram uma rota do tráfico de armas, que começa na região Sul do país e abastece as quadrilhas do Rio e de São Paulo.
"Com a investigação, foi constatado que, mesmo no Rio de Janeiro, usando o nome falso o Anderson continuava como chefe do tráfico no pontal do Paraná. Como ele tinha contatos em região de fronteira, ele também era a pessoa que fornecia drogas para muitos traficantes da região", comentou o delegado da Desarme Rodrigo Barros.
Segundo a Polícia Civil, a quadrilha se dividia em núcleos responsáveis pelo tráfico de drogas, em especial de cocaína e skunk, e pelo tráfico de armas. A Justiça autorizou a quebra do sigilo dos suspeitos, que revelaram como aconteciam as negociações.
Um dos presos na ação de hoje, Tiago ofereceu pistolas e uma espingarda calibre 12 para outro integrante da quadrilha.
"Tenta arrancar 5.500 (reais) dele. Vejo se o meu patrão não quer aquela outra grandona"
A investigação também revelou que a quadrilha utilizava uma rede de "laranjas" para abrir contas bancárias e empresas de fachada, com objetivo de lavar o dinheiro do crime. Uma destas companhias era uma exportadora de grãos, instalada perto do porto de Itaguaí.
"Ainda está sendo investigada as contas bancárias usadas por Anderson e as empresas registradas no nome dele. Além disso, outras possíveis empresas para, a partir dessa análise, a gente poder estimar a quantia movimentada pela quadrilha", disse Rodrigo Barros.
*Sob supervisão de Natashi Franco