O mês de maio alerta para a importância dos cuidados no trânsito, mas os dados mostram que os números no Rio de Janeiro vão na contramão da direção prudente. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública, três pessoas foram autuadas por dia por embriaguez em 2021, a maioria delas na capital do estado.
Os números do ISP mostram, ainda que, no ano passado foram registrados mais de 17.000 acidentes, 2.122 atropelamentos e 1874 mortes no trânsito.
Segundo o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), cerca de 25% dos pacientes vindos de outras unidades para o INTO sofreram algum tipo de acidente no trânsito.
Dessa porcentagem, os acidentes envolvendo motos aparecem em primeiro lugar, com 55% dos casos de trauma recebidos pelo Instituto. Em seguida, estão as vítimas de atropelamento, que representam 26% dos transferidos.
As vítimas são em maioria do sexo masculino, com idades entre 20 e 39 anos.
“Muitas vezes o que causa o acidente é a falta de cuidado. É o avanço do sinal vermelho, é a imprudência em uma ultrapassagem, é a mistura do álcool com direção”, alerta o coordenador de trauma do INTO, Carlos Alexandre de Oliveira.
O Marcelo é a prova da veracidade desses números. Em 2004, quando voltava de uma viagem, um motorista embriagado atravessou a pista, o atropelou e o deixou paraplégico. Mas, desde 2009, ele usa a própria experiência para alertar motoristas desde 2009, sobre os riscos de dirigir alcoolizado.
“Como a gente tá em uma situação real, eu acho que toca muito mais. Então nosso trabalho é mais de impacto naquele momento. Se a pessoa tiver alguma dúvida, se vai pegar na direção (alcoolizada), ela vai pensar no mínimo duas vezes”, explica Marcelo Santos, sobre as abordagens que faz em bares do Rio.
Em 13 anos, o programa Lei Seca já abordou mais de 3 milhões de motoristas em um intenso trabalho de fiscalização e conscientização.
“Se a gente tiver um pouquinho mais de prevenção deve baixar bastante os índices. Se a gente melhorar bastante na conscientização, com os cuidados a gente vai cair cada vez mais nessa escala e vai ser melhor pra todo mundo”, finaliza o traumatologista Carlos.
*Sob supervisão de Natashi Franco