A tragédia provocada pelas fortes chuvas na cidade de Petrópolis, a pior da Região Serrana do Rio de Janeiro, completa seis meses nesta segunda-feira (15). 234 pessoas morreram e três ainda seguem desaparecidas.
No período, muitos estabelecimentos comerciais foram destruídos e empresários tiveram que recomeçar do zero os negócios na cidade. De acordo com a Agência de Fomento estadual (AgeRio), 3.326 empreendedores ganharam linhas de crédito com juro zero. O programa "Reconstruir Petrópolis" chegou a movimentar R$ 207,1 milhões em operações de financiamento.
Entretanto, empresários de Petrópolis relatam que não receberam nenhum tipo de ajuda do Governo do Rio ou da Prefeitura de Petrópolis.
"Eu não vejo absolutamente nada. A gente, como empresário, não vê nenhum incentivo, nenhum apoio. Nós não tivemos até hoje nenhum retorno para ver se a gente não conseguia pelo menos algum tipo de isenção ou apoio", revelou Tom, empresário dono de uma Browneria destruída na tragédia.
A reconstrução da cidade também é alvo de crítica dos moradores. Vítimas da tragédia voltaram a morar em áreas de risco nos bairros mais afastados da cidade enquanto as obras de reconstrução são focadas no centro histórico.
"Eu acho que era o momento dela (a cidade) ter sido reconstruída, mas a gente vê que isso de fato não está ocorrendo. São obras pontuais, não é uma coisa que você fala 'nossa a cidade está renovada, vamos trazer o turista de volta'", comentou um morador do município.
Em nota, a Prefeitura de Petrópolis afirmou que paga, todo dia 20, o Aluguel Social para 3.917 famílias que ficaram desabrigadas ou desalojadas após as chuvas do dia 15 de fevereiro.
*Estagiário sob supervisão de Igor Rodrigues