Mais de cinco milhões de reais. Esse foi o valor do prejuízo do tráfico da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio, depois das apreensões feitas na Operação da última terça-feira (24), da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal. Os valores das armas e drogas detidas, somadas, resultam nesse valor milionário.
Foram apreendidos 14 fuzis automáticos utilizados em guerras convencionais, 20 granadas e quatro pistolas. Os fuzis apreendidos são de modelos diferentes: Dois AK 47, Cinco AR-10, e 7 M-16. Todos os modelos são estrangeiros e têm capacidade de disparar 800 tiros por minuto, com um alcance de até 1,5 km de distância.
“Eles investem muito na compra de armamento. Eles gastaram, tiveram uma perda, de mais de R$ 1,2 milhão só naqueles fuzis apreendidos. São fuzis de guerra, fuzis que você encontra na guerra da Ucrânia”, disse Ivan Blaz, porta-voz da Polícia Militar.
A Operação impediu o deslocamento de 60 bandidos para a Rocinha. A Delegacia de Homicídios ainda investiga se quatro dos 23 mortos eram inocentes. Nesta segunda (30), o governador do Rio, Cláudio Castro, falou sobre a ação.
“Nós temos que saber diferenciar o morador honesto, o morador trabalhador, desses que, às 4h30 da manhã andam em bonde, fortemente armado. Somente as armas apreendidas já demonstram a necessidade que se tinha de fazer aquela operação”, afirmou o governador.
O presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, criticou a operação e disse que há “perguntas que precisam ser respondidas pelas nossas autoridades públicas e pela sociedade do Rio de Janeiro”.
Alguma dessas perguntas, são: “Por que insistir numa política de segurança pública que nunca deu certo? O que mudou após as 28 mortes ocorridas no Jacarezinho? O que vai mudar após essas mortes na Vila Cruzeiro? A operação que resultou em tantas mortes está inserida em qual projeto de segurança pública? Ela seguiu rigorosamente protocolos de operação policial em favela?”, questionou Antônio.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco