'Tiraram a vida do meu filho para quê?', desabafa mãe de menino morto em Maricá

Júlia Zanon*

Djalma de Azevedo tinha apenas 10 anos. Ele estava indo para a escola com a mãe.
Reprodução

Uma criança de apenas 10 anos morreu baleada na entrada do Condomínio Minha Casa Minha Vida em Inoã, Maricá, na Região Metropolitana do Rio. De acordo com os moradores, o menino estava indo para a escola quando foi atingido.

Ocorreu um problema ao carregar o tweet

A Polícia Militar afirmou que realizava policiamento na região, quando os agentes foram atacados por criminosos. Após o confronto, eles encontraram Djalma de Azevedo já morto. Segundo a PM, os criminosos responsáveis pelo confronto fugiram. As viaturas também foram atingidas.

O Corpo de Bombeiros também foi acionado, mas não chegou a tempo para salvar a vida do menino. A área foi isolada e a Delegacia de Homicídios de Niterói foi acionada para realizar perícia no local.

"O meu filho é inocente. Ele é especial. Todo mundo aqui conhece. Eu levo ele para o colégio todo dia, até para o CAPS - Centros de Atenção Psicossocial - ele estava indo para fazer direitinho um tratamento. Tiraram a vida do meu filho para quê?", disse a mãe do menino, emocionada. Ela diz que o disparo que atingiu Djalma veio de um dos policiais.

O prefeito de Maricá, Fabiano Horta, declarou que vai cobrar rigor máximo das autoridades policiais nas investigações. "Não vamos deixar que esse crime fique impune, nem que tragédias como essa, incomuns na nossa cidade, sejam naturalizadas", afirmou.

Testemunhas e policiais militares envolvidos no confronto prestaram depoimento na delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG).

Moradores de Maricá disseram à BandNews FM que esse é o segundo dia seguido de confronto entre polícia e criminosos no condomínio. Nesta terça-feira (11), por volta de 5 horas da manhã, também houve troca de tiros próximo ao conjunto habitacional.

Em nota, a prefeitura de Maricá lamentou a morte do menino e afirmou que o "município está de luto pela perda irreparável". Além disso, equipes das secretarias municipais de Direitos Humanos e Assistência Social prestaram apoio à família da vítima.

A escola em que o menino estudava também se solidarizou com o falecimento de Djalma.

A unidade escolar postou uma nota em solidariedade à morte do menino.

Outras duas mulheres também ficaram feridas. Elas foram encaminhadas para o Hospital Che Guevara, na mesma região, pelos bombeiros. Segundo as informações da corporação, elas foram atingidas por gás lacrimogênio. O estado de saúde delas não foi divulgado.

Segundo um levantamento da ONG Rio de Paz, Djalma foi a oitava criança morta por bala perdida no estado do Rio neste ano. Desde 2007, já foram 99 mortes. O nome dele ficará exposto no mural da organização, na Lagoa, Zona Sul do Rio, em um memorial com nomes de crianças e adolescentes mortos por balas perdidas e policiais assassinados.

O Instituto Fogo Cruzado já contabilizou 15 crianças baleadas apenas em 2023 na Região Metropolitana do Rio.

*Sob supervisão de Helena Vieira

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.