Testemunha afirma que jogador do Flamengo estava em alta velocidade em acidente

Corpo de Jonatas Davi dos Santos foi enterrado hoje na Baixada Fluminense

Thales Teixeira (Sob supervisão de Natashi Franco)

Jogador afirmou em depoimento que estava em velocidade compatível com a via
Foto: Reprodução

Uma testemunha, que não quis se identificar, afirmou que presenciou o momento em que o carro do lateral-esquerdo do Flamengo, Ramon, passava pela Avenida das Américas, uma das mais movimentadas da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, poucos segundos antes do acidente que terminou com a morte do ciclista Jonatas Davi dos Santos, de 30 anos. De acordo com a motorista, o veículo estava em alta velocidade.

“Eu não sei exatamente o quanto que ele estava de velocidade, mas eu estava na velocidade normal, devia estar a 70 km/h e ele passou por mim “varado” eu ainda pensei que fosse alguma situação de carro roubado e que ia vir polícia atrás, mas não veio nenhuma polícia. Aí eu pensei que poderia ser um “pega” mas também não era. Aí deu 5 segundos e teve o acidente. Ele realmente desceu na hora. Já saiu do carro com o celular na mão. Um motociclista parou, um outro carro parou para ajudar. Eu não fiquei porque eu fiquei abalada quando vi o corpo do menino. Mas agora ele vir a público e falar que estava em velocidade compatível é muita cara de pau, porque não estava” afirmou a testemunha.

O corpo de Jonatas foi enterrado na manhã desta segunda-feira (6), no Cemitério de Bongaba, em Magé, na Baixada Fluminense. Ele estava fazendo entregas de bicicleta na noite do último sábado (4), quando foi atingido pelo carro do atleta. 

"Ele sempre foi um menino trabalhador. Tinha dia que ele não conseguia nem comer, ele estava na mesa sentado comigo comendo e, de repente, o aplicativo tocava e ele saía. Ele largava tudo e saía. Sempre foi um pai responsável. Sempre foi um marido ideal", afirmou a tia de Jonatas, Almerita Severina Teotônio.

Dezenas de pessoas foram se despedir de Jonatas, que deixa a esposa e duas filhas. Segundo a tia da vítima, ele era apaixonado pelo Flamengo e, quando criança, sonhava em ser jogador do clube. 

"Ele era muito fanático pelo Flamengo. Quando ele era jovem, o sonho dele era ser jogador do Flamengo, mas não foi possível", comentou a tia da vítima.

O jogador do Flamengo prestou socorro e compareceu a delegacia da Barra da Tijuca voluntariamente. Em depoimento, Ramon negou ter consumido bebida alcoólica e afirmou que não estava em alta velocidade. Segundo ele, o ciclista cruzou a pista repentinamente e ele não teve tempo de reação.

De acordo com a Polícia Civil, o atleta não tinha sinais de embriaguez, por isso o exame de alcoolemia não foi feito.

Após periciar o local, a Polícia Civil ainda analisa imagens de câmeras de segurança da região que ajudem a esclarecer o que aconteceu na noite de sábado. Os investigadores também vão checar o sensor de velocidade que existe próximo ao local do acidente.

Ramon, através de nota, lamentou o fato e disse que a família da vítima terá todo o apoio necessário.

"O Flamengo colocou o departamento jurídico à disposição do atleta, mas ele está acompanhado do advogado dele. Parece que foi um acidente lamentável, mas as primeiras informações que chegaram para a gente, parece que o nosso atleta não teve culpa", disse o Vice Presidente Geral e Jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee.

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