Sete pessoas são presas no Maracanã com ajuda de nova ferramenta tecnológica

O sistema identifica torcedores procurados pela Justiça

Felipe de Moura*

Uma das entradas do Maracanã.
Reprodução

Sete pessoas foram presas no Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, na Zona Norte do Rio de Janeiro, neste domingo (9), com a ajuda de uma nova ferramenta de segurança. O sistema foi adotado oficialmente no jogo entre Fluminense e América-MG, na noite de ontem, pelo Campeonato Brasileiro.

O sistema eletrônico identifica pessoas com mandados de prisão em aberto. Os torcedores com pendências judiciais, incluindo os que estão proibidos de entrar em estádios, terão o acesso bloqueado na hora da leitura do ingresso, que ocorre nas catracas eletrônicas do Maracanã. Na partida de ontem, 39 pessoas foram abordadas, cinco foram impedidas de entrar no local e sete criminosos foragidos foram detidos.

“A grande maioria das pessoas foram abordadas por aquisição do ingresso utilizando o nome de pessoas já falecidas ou de pessoas fora do estado, sem qualquer ligação familiar com aqueles que tentavam adentrar ao Maracanã. Essa ferramenta vem somar com todos os recursos de segurança pública utilizados para garantir a segurança do torcedor nos estádios. É uma ferramenta tecnológica, o que mostra como é importante investir em tecnologia na segurança da população”, disse Ivan Blaz, porta-voz da Polícia Militar.

Usada em fase experimental no Rio, a ferramenta, que é uma parceria entres os governos federal e estadual, deve ser repassada em breve para outros estados do país.

FERRAMENTA JÁ AJUDOU NA PRISÃO DE CHEFE DO TRÁFICO

Um homem apontado como chefe do tráfico da favela do Castelar, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, foi preso durante uma partida de futebol no Maracanã, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto. A implementação do sistema eletrônico permitiu a prisão do criminoso.

Marco Aurelio dos Santos Rocha, conhecido como "Foka", foi encontrado depois de ser seguido por policiais à paisana no jogo do Fluminense contra o Fortaleza, pelas quartas de final da Copa do Brasil. O traficante usava uma camisa tricolor personalizada com o apelido nas costas no momento da prisão, o que facilitou a identificação do homem em meio aos 60 mil torcedores nas arquibancadas.

Existiam dois mandados de prisão em aberto contra Foka por tráfico de drogas. Além disso, ele também é acusado de ser o responsável por homicídios ocorridos na Baixada Fluminense.

“Ele é considerado um dos líderes do tráfico da comunidade do Castelar. Foi um trabalho de inteligência do serviço reservado que culminou na prisão. Ele estava assistindo ao jogo e, no momento, só tinha ele”, afirmou o tenente Raphael Dias, porta-voz da Polícia Militar.

Em setembro, numa ação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Militar prendeu, também no Maracanã, quatro integrantes de uma quadrilha de Santa Catarina associada ao Comando Vermelho.

O líder do bando, Gabriel Schreder, estava com uma identidade falsa e três mandados de prisão em aberto. Os outros três presos estavam escondidos na Rocinha, na Zona Sul do Rio, mas continuavam frequentando estádios de futebol mesmo foragidos da justiça.

*Sob supervisão de Natashi Franco

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