Uma quadrilha investigada por roubo de combustível dos dutos da Transpetro foi alvo de uma operação da Polícia Civil nesta quarta-feira (26). Entre os investigados, estão dois policiais militares - um da ativa e outro aposentado. Em cinco anos, o valor usado para reparar o prejuízo da empresa chega a quase R$ 1 bilhão.
De acordo com o Ministério Público do Rio e com a Polícia Civil, a organização criminosa era formada por integrantes de uma mesma família. Os irmãos Gabry, Marcio, Mauro e Marcelo seriam os chefes da quadrilha. Eles também revenderiam o produto roubado para empresários, segundo a denúncia.
O PM Anderson Cordeiro Machado que, segundo o MP, integrava o grupo criminoso, informava à quadrilha os momentos em que a vigilância policial era menor e o crime poderia ser executado. O outro policial militar envolvido, Cláudio Mattos, seria o encarregado de resolver outros problemas causados por policiais fora do esquema criminoso e injetava valores financeiros para o crime. Também estava envolvido no esquema um funcionário terceirizado da Transpetro, Jefferson Pereira da Silva.
A investigação começou em 2019, quando os agentes receberam denúncias e informações de que três caminhões estavam circulando com óleo bruto furtado no bairro Beira da Lagoa, no município de Quissamã, região norte do Rio de Janeiro.
Foram cumpridos 47 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná. Celulares, documentos, armas e munições foram apreendidos. Um policial também chegou a ser detido para prestar depoimento, mas foi liberado e afastado das atividades.
Em nota, a Transpetro informou que colabora com as investigações. A empresa ainda esclareceu que a Polícia Civil e o MPRJ têm sido parceiros fundamentais no combate a esse crime. Além disso, a companhia também reforça a importância da colaboração e do engajamento dos moradores vizinhos aos dutos, que podem denunciar por meio do telefone 168. A ligação é grátis e o telefone funciona 24 horas por dia, sete dias por semana.
A Band Rio não conseguiu contato com as defesas dos citados até o fechamento desta reportagem.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.