A ressaca nas praias do Rio de Janeiro afetou diversas cidades neste fim de semana. O Corpo de Bombeiros salvou pelo menos 231 pessoas em todo o estado do Rio desde sexta-feira (31). A capital fluminense liderou o ranking, registrando 171 resgates só na área atendida pelo Grupamento Marítimo de Copacabana, na Zona Sul.
Na mesma região, a Av. Delfim Moreira, no sentido Copacabana, chegou a ser interditada devido à invasão da água do mar na pista, na altura do posto 11. Equipes da Comlurb limparam a via com jatos de água que removiam a grande quantidade de areia da pista, segundo o Centro de Operações Rio.
Bruno Campos, carioca acostumado a praticar exercícios na orla do Leblon, se assustou com o registro do fenômeno nesta época do mês.
“Normalmente, o período em que isso acontece é entre o final de julho e outubro. Essa é a época em que realmente sobem as marés, em que elas começam a bater aqui, não nessa época do ano. Todas as estações e atividades, por exemplo, o vôlei de praia, perderam a quadra. Daí dificulta. Essa região do Leblon é a que mais sofre com isso”, disse.
Os funcionários dos quiosques nas praias aproveitaram para organizar os estabelecimentos. Afinal, foram dois dias de prejuízo com as lojas fechadas. Venceslau Valcich, gerente de uma das lojas à beira-mar, fala que os trabalhadores já tinham sido notificados.
“Nós já tínhamos sido avisados pelo pessoal da orla, a gente vem acompanhando os avisos da Prefeitura e da Marinha. Sábado à noite nós já começamos a mudar a operação, para nos prepararmos, enfim, sabíamos que isso ia acontecer no domingo e no dia de hoje. Então nós não operamos nem no domingo, nem na segunda, por causa dessa ressaca. A proporção é complicada, né? É a natureza", afirmou.
Em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, a água invadiu as ruas da região da Praia de Monte Alto. A Defesa Civil do Munícipio orientou as pessoas a deixarem seus imóveis, devido à alta elevação do nível do mar.
A Marinha do Brasil chegou a prorrogar o aviso de ressaca para a manhã desta terça-feira (4), até às 9h. Ondas de 2,5 a 3 metros podem atingir o litoral.
A Marinha não recomenda o banho de mar em áreas que estejam em condições de ressaca, e pede para que os banhistas evitem a prática de esportes no mar. Ainda segundo as orientações de segurança, não é recomendado trafegar de bicicleta na orla se as ondas estiverem atingindo a ciclovia.
A água também subiu para as ruas no bairro de Itacoatiara, em Niterói. Um registro feito por banhistas mostra o momento em que uma onda encobre a Pedra do Pampo.
Em Maricá, dois banhistas se afogaram e precisaram ser socorridos por guarda-vidas. Os profissionais ainda pediram auxílio do helicóptero da corporação para o resgate.
O trecho da orla entre as ruas 9 e 13 foi interditado pela Secretaria Municipal de Transportes (Sectran). A via permanece fechada até que condições seguras de tráfego sejam confirmadas. Agentes da Defesa Civil também sinalizaram toda a extensão da orla com bandeiras vermelhas, alertando sobre o risco.
*Sob supervisão de Christiano Pinho