Quadrilha do pix aterroriza moradores de Jacarepaguá, na Zona Oeste

Os criminosos buscam moradores de condomínios caros, carros de luxo e pertences de valor. Depois de assaltarem as vítimas, elas são obrigadas a fazer pix ou transferências.

Felipe de Moura*

Eles buscam moradores de condomínios caros, carros de luxo e pertences de valor Reprodução
Eles buscam moradores de condomínios caros, carros de luxo e pertences de valor
Reprodução

Uma quadrilha do pix vem aterrorizando moradores de Jacarepaguá, mais precisamente na Freguesia, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O modo de agir é sempre o mesmo: eles buscam moradores de condomínios caros, carros de luxo e pertences de valor. Após assaltarem as vítimas, elas são obrigadas a fazer pix ou transferências. Em menos de uma semana, os criminosos conseguiram transferências de no mínimo R$ 100 mil.

Em um desses casos, que aconteceu ontem (22), na Rua Fortunato de Brito, em Jacarepaguá, as imagens de uma câmera de segurança mostram o carro da vítima desacelerando para entrar no condomínio e o veículo dos criminosos logo atrás. Assim que ela para o carro, os quatros bandidos saem, armados do outro veículo, abordam a vítima e a obrigam a desembarcar.

Um rouba as joias e o outro anota as senhas dos aplicativos. A mulher desbloqueia o celular e os assaltantes vão embora com o carro dela.

Quatro dias antes desse caso, a mesma quadrilha perseguiu mais uma vítima na região. O homem teve prejuízo de R$ 60 mil.

“Eu fui assaltado aqui na Freguesia. Durante o assalto todos os meus pertences. Cordão, joia, relógio, celular, tudo o que tinha no carro, inclusive o carro. No dia seguinte, tive a triste surpresa de que mexeram em quase todas as minhas contas bancárias. Em momento nenhum o banco consegue comprovar que fui eu que fiz as transações. Inclusive empréstimo, utilização do cheque especial. E eu realizei o registro de ocorrência duas horas depois do caso”, disse a vítima que, por medo, não quis se identificar.

Os aplicativos financeiros trouxeram mais comodidade para os correntistas, que, em vez de perder horas na fila do banco, agora resolvem praticamente tudo na tela celular. Mas este conforto também deixou os consumidores mais vulneráveis a este crime que está cada vez mais comum. Os bancos não costumam a ressarcir os valores roubados e os casos geralmente vão parar na Justiça.

“O que as pessoas têm que fazer é tentar carregar menos aplicativos de banco possível dentro do aparelho celular. Hoje a gente fala na hipótese de ter um aparelho de segurança, ou seja, você deixar suas contas num aparelho celular que você acaba não levando, não carrega, deixa na sua casa. E no celular que vai com ele para rua, levar uma única conta ou aquela que você tem um valor menor. No mundo analógico a gente não saía com 30 mil no bolso, e com os apps de celular, na prática, é isso que acontece”, orientou Marco Antônio, especialista em direito digital.

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco