Projeto tem meta de retirar 30 toneladas de plástico por mês da Rocinha

Ação é anunciada na semana do meio ambiente

Caroline Nunes*

Projeto quer impedir que resíduos de plástico cheguem no oceano
Divulgação

Um projeto quer retirar 30 toneladas de plástico por mês da Rocinha, na Zona Sul do Rio. A região, junto com a praia de São Conrado, tem como principais problemas ambientais o excesso de lixo, principalmente os plásticos. A ação foi anunciada na semana em que o meio ambiente é celebrado.

“Sabemos que grande parte do plástico gerado invade a praia de São Conrado e, por isso, temos uma expectativa de combater o problema da poluição dessa praia. A praia de São Conrado sofre muito com a poluição plástica, vemos marés de garrafas em períodos de chuvas. Então, não só vai atender a praia de São Conrado, mas toda a comunidade da Rocinha, porque o trabalho que fazemos com as estações de reciclagem gera emprego e renda para as comunidades que precisam de apoio”, explica a Diretoria da Plastic BanK no Brasil, Helena Pavese.

Um centro de coleta foi instalado nesta quarta-feira (08), no Complexo de Esportes da Rocinha. O centro irá capacitar coletores cadastrados em um aplicativo. Essas pessoas além de colaborarem para ter um local mais limpo, têm a oportunidade de aumentar a renda em pelo menos 40%.

É o caso da Andréa, moradora da Rocinha, que há nove meses está cadastrada no aplicativo. Ela começou o trabalho como catadora no Vidigal e vê no projeto uma forma de não apenas ressignificar a profissão, como também conseguir uma renda.

“É muito importante possibilitar oportunidade às pessoas que precisam de apoio e recurso. O meu trabalho mudou a minha vida. No primeiro mês, consegui pagar o aluguel e, a partir daquele momento e até hoje, as minhas necessidades e dos meus filhos são supridas. A Plastic Bank valoriza o nosso trabalho. Hoje, tenho uma vida muito mais digna comparado à quando cheguei na Rocinha”, conta Andréa Castro.

A iniciativa já existe há dois anos e faz parte de uma empresa social canadense que quer impedir que lixos, como plásticos, parem no oceano. O plástico arrecadado terá como destino, após ser processado, as grandes empresas do mundo para embalar os produtos.

“É com muita satisfação que inauguramos o ponto de coleta na Rocinha. É uma iniciativa que se estende há mais de dois anos e com muitos parceiros envolvidos, tivemos todo o processo de construção da ideia e de concretização. Após esse período, conseguimos amadurecer e finalmente lançar o centro de coleta de recicláveis na Rocinha, que vai atender a toda a comunidade da região. É um trabalho social e ambiental de extrema relevância para a região”, finaliza Helena.

*Estagiária sob supervisão de Natashi Franco.

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