O antigo Lixão de Gramacho, em Duque de Caxias, foi transformado por um projeto de reflorestamento. As montanhas de lixo do aterro, que estava desativado há onze anos, foram substituídas por uma enorme área verde, coberta por manguezais.
O espaço, que iniciou com apenas dez hectares, já alcançou 600 mil metros quadrados, o equivalente a 60 campos de futebol do tamanho do Maracanã. É a maior área de manguezal recuperada na Baía de Guanabara, no projeto do biólogo Mário Moscatelli e da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio.
E a natureza já começou a dar os primeiros sinais de regeneração: caranguejos de várias espécies e peixes passaram a habitar a área.
O manguezal é a planta mais adequada para ser usada na recuperação do meio-ambiente. Entre as funções mais importantes, está a capacidade da planta de estocar carbono.
“Os animais, aqui, encontram abrigo, alimentação farta, e área de reprodução segura. Além disso, funciona como um filtro, tanto na água, retirando elemento contaminantes, quanto e principalmente da atmosfera”, explica o biólogo Mário Moscatelli.
Mas a fauna e a flora ainda convivem com o lixo jogado pela população nos rios. Lixo que só não invade os manguezais por causa de uma contenção, construída justamente para evitar que o trabalho de mais de uma década seja perdido.
“Toda essa estrutura de proteção não precisaria existir se as pessoas tivessem o mínimo de bom senso e não jogassem lixo dentro dos rios. Por que esse lixo, além de comprometer a Baía, os manguezais, vai inundar a casa dessas pessoas. É importante entender que a natureza, ela não se protege, ela costuma se vingar”, conclui o biólogo.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.