Prédio irregular é demolido na Muzema

A construção estava localizada a 100 metros de onde houve um desabamento que matou 24 pessoas em 2019.

Pedro Cardoni*

O prédio tinha três andares e apresentava indícios de ter mais pavimentos planejados.
Divulgação/SEOP

Uma construção irregular foi demolida na comunidade da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (19). O valor estimado do prédio era de R$ 3 milhões, considerando o valor investido nas obras e o da venda dos apartamentos.

O prédio tinha três andares e vista para a Lagoa de Jacarepaguá. As obras do imóvel estavam sendo realizadas sem licença ou acompanhamento técnico. Até o momento, o prédio tinha seis apartamentos de 70 m², em média, e apresentava indícios de que mais pavimentos estavam sendo planejados. Uma ligação clandestina de água também foi encontrada pela equipe de demolição.

A construção foi erguida ao lado de uma encosta, em um local de alto risco geológico de deslizamento de terra e era ilegalizável. O prédio estava localizado dentro do condomínio "Figueiras do Itanhangá", a menos de 100 metros de um local onde houve um desabamento de dois prédios de cinco andares que matou 24 pessoas, em 2019.

“Estamos muito próximos de uma encosta, no condomínio onde, em 2019, 24 pessoas morreram. São travessias que acontecem e as pessoas continuam construindo nessas áreas de risco. Por isso, mais uma vez, segue o nosso alerta para que as pessoas não construam sem licença, sem um engenheiro responsável ou sem algum tipo de legalidade”, alertou Talita Galhardo, subprefeita de Jacarepaguá.

De acordo com as investigações da Secretaria de Ordem Pública (SEOP) e a Subprefeitura de Jacarepaguá, o local onde o imóvel estava sendo construído está sob forte influência do crime organizado. A construção desses prédios é uma tática para realizar a lavagem de dinheiro dos criminosos.

“A SEOP vem travando essa luta diariamente e, desde o início do ano de 2021, já são 970 demolições realizadas em ocupações irregulares do espaço público, especialmente em áreas que sofrem a influência do crime organizado. Através delas (operações), retomamos a ordem pública na cidade, preservamos a vida das pessoas e asfixiamos financeiramente o crime organizado”, afirmou Brenno Carnevale, secretário de Ordem Pública.

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco

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