Nesta terça-feira (17), o pai de uma criança procurou a Polícia Civil após suspeitar que o médico anestesista preso por estuprar pacientes anestesiadas em hospitais, tenha feito o filho de vítima. De acordo com o responsável pelo menor de idade, Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, exigiu ficar sozinho com a criança, por cerca de 20 minutos, em uma unidade de saúde em que o médico atuava. Após acompanhar o noticiário na segunda-feira (16), ele decidiu procurar as autoridades.
“Ele suspeitou do tempo que o anestesista, o suspeito, permaneceu com o seu filho e qual seria a razão de ele exigir ficar sozinho com a criança”, disse o delegado Luiz Henrique Marques.
De acordo com o delegado, o pai da criança foi ouvido hoje (17) e a polícia vai investigar o episódio. Além dele, uma médica anestesista do Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth foi até a delegacia para prestar depoimento. Ela estava na unidade de saúde no dia em que um dos estupros aconteceu, em 2021. A polícia quer entender o motivo de o anestesista ter participado do procedimento, já que ele não estava escalado.
Nos próximos dias, a polícia pretende ouvir outros funcionários de hospitais nos quais Andres trabalhou e onde ocorreram os estupros. Os investigadores analisam, ainda, os prontuários e buscam outras mulheres e até mesmo crianças que também podem ter sido vítimas do anestesista.
A Secretaria de Estado de Saúde informou, em nota, que “já solicitou à direção da unidade hospitalar todos os dados e prontuários do período em que o médico trabalhou como prestador de serviço e vai instaurar uma sindicância para apurar as devidas responsabilidades”.
Também em nota, a direção do Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth afirmou que “colaborou com a Polícia Civil na investigação que levou à prisão do médico anestesista. Todas as informações solicitadas pela polícia foram levantadas e repassadas. O médico deixou de atuar na unidade em setembro de 2021”.
Já o Hospital Universitário Pedro Ernesto, informou que, “até o momento, nenhum órgão de controle interno da universidade recebeu qualquer tipo de denúncia de paciente contra esse médico”.
O médico anestesista colombiano foi preso na manhã de segunda-feira (16) acusado de estupro de vulnerável, em um condomínio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O criminoso é suspeito de estuprar pacientes anestesiadas em hospitais, filmar o ato e armazenar as imagens.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, que começaram em dezembro do ano passado, Andres Eduardo mantinha mais de 20 mil arquivos com imagens de abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes. Os arquivos incluíam, até mesmo, bebês com menos de um ano de idade. Durante a análise dos vídeos, duas pacientes que foram vítimas do anestesista foram identificadas.
A TV Band tenta contato com a defesa de Andres.
*Sob supervisão de Christiano Pinho