Polícia Civil prende quadrilha que aplicava golpes para desviar precatórios

Quatro pessoas foram presas nesta terça-feira (4). Os valores dos precatórios chegavam a 100 mil reais

Ana Clara Prevedello*

Diego Silva, um dos integrantes da quadrilha que aplicava os golpes, sendo preso hoje (4).
Reprodução

A Polícia Civil prendeu nesta terça-feira (4) os quatro integrantes de uma quadrilha que desviava precatórios para resgatar o valor antes dos beneficiários. A maioria das vítimas era de idosos, e os valores roubados variavam entre R$ 40 mil e R$ 100 mil.

Eles foram encaminhados para a 14ª DP (Leblon) na Zona Sul do Rio, e respondem por falsificação de documento público e particular, estelionato contra idoso e associação criminosa.

Patrick Rosa Barreto, advogado e professor de concurso público, foi preso em Guaratiba, na Zona Oeste. Ele é apontado como o chefe da quadrilha e, segundo as investigações, identificava os precatórios que já estavam liberados e que deveriam ser pagos. Depois, falsificava documentos para roubar o benefício.

Ele também responde por associação ao tráfico. Na casa dele, os agentes encontraram galões de maconha do tipo skunk, vendidos por cerca de R$ 30 mil reais.

Carlos André da Fonseca Cunha, Diego Silva Tobias e Marhyra Machado de Almeida também foram presos. Os três iam até as agências bancárias para realizar os saques.

A Polícia Civil ainda investiga a participação de agentes públicos que teriam dado informações privilegiadas sobre os precatórios.

ENTENDA O QUE É O GOLPE DO PRECATÓRIO

Em entrevista para a Band TV Rio, a delegada assistente da 14ª DP Camila Lourenço fala sobre a atuação da quadrilha e o funcionamento do golpe.

Segundo ela, os criminosos forjavam documentações e procurações e se apresentavam como procuradores dos beneficiários desses precatórios. Então, se dirigiam às agências bancárias para resgatar o valor, com a apresentação da documentação falsa.

A delegada ainda explica o que é um precatório e de que maneira os beneficiários podem se proteger desses golpes.

“O precatório é uma ordem de pagamento. Quando a pessoa ganha uma ação indenizatória contra o Estado, o Estado é condenado a pagar, seja o INSS, o INCRA, qualquer órgão federal ou estadual. Esse valor é substanciado em um precatório, em uma ordem de pagamento. E existem filas de resgates desses valores, então os criminosos se antecipam. Eles veem os precatórios que já estão autorizados para terem o seu valor resgatado e se antecipam. Por isso é importante ter um acompanhamento processual contínuo dessas ações”, explica.

A Band Rio tenta contato com as defesas dos acusados.

*Sob supervisão de Christiano Pinho 

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