PM vai passar a usar capacetes à prova de balas em 2023

Ex-comandante da Polícia fala da importância de câmeras na atividade policial; Castro afirma que é contrário à instalação do equipamento nos uniformes de agentes de batalhões especiais

Karol Neves*

Segundo a Polícia Militar, a previsão de recebimento é até março deste ano. Reprodução
Segundo a Polícia Militar, a previsão de recebimento é até março deste ano.
Reprodução

A Polícia Militar informou, nesta segunda-feira (02), que vai passar a atuar com capacetes à prova de balas. De acordo com a PM, no primeiro semestre de 2023, a corporação irá receber 1.342 equipamentos de proteção que serão distribuídos aos batalhões de área, à Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) e às unidades pertencentes ao Comando de Operações Especiais (COE). Segundo a Polícia, a previsão de recebimento é até março deste ano.

No Brasil, o equipamento já faz parte do uniforme de militares do Exército e dos fuzileiros navais para atividades de patrulhamento, além de ser utilizado por forças especiais de várias corporações de outros países.

“Os equipamentos fazem parte de um grande investimento para que possamos proteger a nossa tropa e resguardar a integridade dos agentes que trabalham diuturnamente cuidando da segurança da população. Estamos cumprindo nosso cronograma de recomposição de equipamentos essenciais para a execução do serviço”, afirmou o secretário de Polícia Militar, coronel Henrique Marinho Pires.

A aquisição dos capacetes pela corporação faz parte do Plano de Redução da Letalidade Policial enviado ao Supremo Tribunal Federal em dezembro do último ano. Atualmente, na PM, só agentes do Batalhão de Choque usam capacetes, mas em situações de controle, como em manifestações.

O novo modelo adquirido pela corporação, no entanto, é menor e mais leve, e também tem um espaço onde câmeras podem ser acopladas. Mas, durante a cerimônia de posse, no último domingo (01), o Governador Claudio Castro voltou a afirmar que é contrário à instalação do equipamentos de monitoramento nos uniformes de agentes de tropas de elite das Polícias Civil e Militar.

“Eu sempre disse que eu era radicalmente contra as câmeras nos batalhões de operação, sobretudo de operação especial, até porque nós não temos maturidade enquanto sociedade ainda, nem de guardar coisa em segredo de Justiça, imagina guardar imagem que coloque a vida do policial em risco quando o criminoso sabe a estratégia da polícia, a vida daquele policial passa a ficar em risco”, disse o governador Cláudio Castro.

Segundo Castro, o Governo do Rio vai recorrer até o fim de termos da decisão do Supremo Tribunal Federal.

Para o ex-comandante da Polícia Militar, Ubiratan Angelo, as câmeras são um equipamento de proteção individual importante para a atividade policial.

“A câmera, além de reduzir a letalidade, contribui com evitar a vitimização do policial e é uma proteção do policial frente a prestação jurisdicional do estado. A atividade policial, a ciência policial, mostra a uma sociedade que se deva prestar conta a sociedade, mas também cuidar do seu policial”, afirmou o ex-comandante da PM.

OUTROS EQUIPAMENTOS

No fim de 2022, a corporação adquiriu 255 viaturas semiblindadas para uso no policiamento ostensivo nas ruas, além de duas ambulâncias blindadas, que foram adquiridas para integrar a frota do Grupamento Especial de Salvamento e Ações de Resgate (GESAR).

“A nossa equipe especializada do GESAR já está pronta para atuar em apoio à tropa. Estamos agora aptos a prestar o primeiro socorro ao nosso policial no local do evento, em tempo praticamente zero. O atendimento rápido e adequado reduzirá muito o índice de letalidade e de lesões graves em nossa tropa”, explicou o coronel Luiz Henrique Marinho Pires.  

Segundo a PM, as novas ambulâncias são equipadas internamente com os mesmos recursos de uma UTI móvel e externamente com a blindagem dos veículos de transporte de tropa.

*Sob supervisão de Natashi Franco