Uma nova parceria entre a Polícia Militar e o aplicativo Ifood vai combater a prática de assaltos por falsos entregadores de aplicativo. O sistema começa a funcionar nos próximos dias.

Esse tipo de crime tem se tornado muito frequente no Rio de Janeiro nos últimos meses. Mais de 300 chamados desde o início do ano tinham alguma menção ao aplicativo, o que representa um aumento de 10% com relação ao mesmo período do ano anterior.

Os assaltantes se passam por entregadores de aplicativo para poderem circular entre as pessoas sem gerar suspeitas. 

“Eu estava saindo de um restaurante, não era nem tarde da noite ainda, viramos a esquina para entrar no carro e, assim que entramos, dois motoqueiros armados abordaram a gente. Eles estavam com a roupa do Ifood, a gente viu eles quando saiu do restaurante e não suspeitou de nada”, relatou João Victor David, vítima de um assaltante que se passava por entregador de aplicativo.

Agora, por meio do aplicativo da Polícia Militar, o cadastro dos colaboradores do aplicativo vai poder ser confirmado. Além disso, os policiais também vão ter acesso a dados que mostram se o entregador está fora da rota ou fez alguma entrega nos últimos sete dias.

“O policial militar consegue consultar no aplicativo da corporação. É o mesmo que ele já usa hoje para gerar o boletim de ocorrência eletrônico e também fazer pesquisa de pessoas suspeitas. Ele vai conseguir a informação se aquela pessoa é um entregador do Ifood e se ela está realizando uma entrega naquele momento. O maior benecefício é a segurança dos policiais militares e dos entregadores”, explicou o Major Thyago Teixeira, diretor de sistemas de informação da Polícia Militar.

A parceria também promete ajudar os entregadores a não perder tempo em fiscalizações nas rodovias e, com o cadastro, a identidade dos profissionais vai ser mais facilmente comprovada.

“Esses entregadores estavam sendo abordados e eles tem um horário para fazer a entrega. Então, com essa integração, automaticamente vai ver que esse entregador está ativo na plataforma, está em entrega. Então, vai ser uma abordagem rápida”, afirmou Luiz Corrêa, presidente do Sindicato dos Aplicativos (SINDMOBI).

O sistema já foi implementado pelas autoridades de São Paulo e permanece em negociação nos estados do Ceará, Distrito Federal e Pernambuco.

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco