Depois de operação da PM, com quatro mortos, moradores de São Gonçalo vivem toque de recolher

De acordo com a polícia, todos os mortos eram suspeitos, familiares de duas vítimas negam

Rafaella Balieiro (sob supervisão de Natashi Franco)

Os familiares das vítimas contestam a versão da Polícia
TV Bandeirantes

Por ordem do tráfico da comunidade de Engenho Pequeno, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, estabelecimentos amanheceram fechados e a população precisa lidar com o toque de recolher na região pelo segundo dia consecutivo. As ordens vieram depois de uma operação policial na localidade que terminou com quatro mortos em uma troca de tiros com a PM, na noite de quarta-feira. Entre as vítimas estão o DJ que vinha em ascensão, Jeffinho da China, e um dos principais chefes do tráfico na região, conhecido como “Pivete”.

De acordo com a Polícia Militar, os agentes de segurança estavam fazendo um patrulhamento de rotina quando bandidos iniciariam a troca de tiros. Durante o confronto, “Pivete” foi atingindo, o traficante já tinha oito mandados de prisão decretados. Apesar da polícia afirmar que o tiroteio foi apenas com suspeitos, familiares das outras vítimas negam essa versão.  

“Eles acabaram com o sonho de um garoto de 21 anos, que já era pai de família, e não tinha nada a ver com a história, ele só estava no lugar errado, na hora errada. O Jeffinho só sabia fazer música e cuidar da família dele, os pais e a filha dele sempre foram a prioridade. O Jeffinho não tinha ligação com o tráfico, nunca teve”, comentou Matheus Barra, de 26 anos, empresário do músico.

Douglas da Silva Coutinho, mecânico, de 26 anos, também foi morto durante a operação da última quarta-feira. Ele trabalhava há cerca de oito anos em uma empresa, a família também tenta provar a inocência dele. Segundo testemunhas, o mecânico foi atingido por um tiro nas costas, quando saia de casa para ir a uma festa na comunidade.

“Ele foi convidado pelos amigos para participar dessa festa, mas tomou um tiro quando estava saindo de moto, com um amigo na garupa. O meu filho ficou caído no chão, fizeram revista nele e carregaram todos os documentos dele e da moto. Ele não era bandido, não tem nenhuma passagem na polícia”, contou Mauri Sérgio, pai de Douglas.

De acordo com a Polícia Civil, as armas usadas pelos policiais passarão por perícia. Testemunhas também serão ouvidas para apurar o caso.

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