Mais um verão chegando e os problemas do transporte público do município do Rio de Janeiro seguem os mesmos. Até esta quarta-feira (7), a Prefeitura do Rio recebeu mais de 4 mil denúncias em relação aos ônibus que circulam com aparelhos de ar-condicionado desligado ou sem funcionar bem.
Além disso, 431 veículos foram multados. Esses dados são de apenas um mês, já que a prefeitura criou um novo canal dentro da central 1746 para que os passageiros pudessem denunciar os ônibus que estivessem com problemas nos ares-condicionados.
"É um terror. Nenhum ônibus mais tem ar-condicionado. Vários têm a janela travada, eu pego umas quatro linhas diferentes por dia e todas elas têm o mesmo problema. Sempre muito lotado, não tem vasão. A fila para pegar é terrível. Tem gente que fica quase no colo do motorista", disse a estudante Brunna Campos.
As filas e a grande quantidade de gente dentro do mesmo ônibus são reclamações praticamente unânimes de todos os usuários do transporte público da capital Fluminense. Mesmo com avisos nas portas de que os ônibus trafegam com os aparelhos, não é o que acontece na realidade.
"Eu tenho uma amiga que já passou mal por causa disso (calor no ônibus). Ela chegou a desmaiar no ônibus, mas estava tão lotado que ela nem caiu no chão, não tinha para onde ela cair, mas a gente passa por isso todo dia mesmo. É terrível, eu já estou passando mal nesse calor do lado de fora, quando eu chegar no ônibus e estiver tudo lotado fica pior ainda", complementou Brunna.
Para quem pega a linha 220, por exemplo, que faz o trajeto da Candelária, no Centro do Rio, até à Usina, na Tijuca, na Zona Norte, é ter certeza de que vai passar calor e aperto todos os dias.
"Tem que ficar se abanando com a mão, é muito ruim. A prefeitura tem que colocar os ares-condicionados logo nos ônibus. Fico soando o tempo todo, verão chegando e tem que melhorar logo isso", falou o estudante Mateus, que pega ônibus todos os dias úteis para ir à escola.
Em maio desse ano, a Prefeitura, os consórcios dos ônibus e o Ministério Público fecharam um acordo de pagamento de subsídio visando a retomada de linhas para atender as áreas em que circulam menos ônibus. O acordo, que termina no final de dezembro, deve ser renovado para o próximo ano.
*Sob supervisão de Natashi Franco